Justiça
Justiça de SP condena Fernando Cury por importunação sexual contra Isa Penna
O Ministério Público encaminhou a denúncia contra o parlamentar ao TJ-SP em dezembro de 2021. Cabe recurso à decisão


A Justiça de São Paulo condenou, nesta quarta-feira 6, o ex-deputado Fernando Cury (ex Cidadania, atual União Brasil) pelo crime de importunação sexual contra a também a ex-deputada estadual Isa Penna (PCdoB). Cabe recurso à decisão.
A juíza da 18ª Vara Criminal, Danielle Galhano Pereira da Silva, aplicou pena de aplicou a pena de 1 ano, dois meses e 12 dias de prisão, em regime aberto, que foram convertidos no pagamento de multa de 20 salários mínimos (26.400 reais) a serem doados para entidades públicas ou privadas com destinação social, além de prestação de serviços comunitários.
O Ministério Público encaminhou a denúncia contra o parlamentar ao TJ-SP em dezembro de 2021, com base nas imagens captadas pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no dia do ocorrido, em 16 de dezembro de 2020.
O MP entendeu que parlamentar “abraçou e deslizou as mãos pela costela e seio da vítima”, e pedia a pena máxima ao crime de importunação sexual – que pode variar de um a cinco anos de prisão, e ser ser cumprido em regime aberto – pelo fato de o crime ter sido cometido enquanto ele era deputado estadual, devendo exercer o mandado com dignidade.
Em nota, a deputada estadual Isa Penna ponderou que mais importante do que a pena atribuída é o fato de o estado considerar a conduta de Cury como criminosa.
“Agradeço cada pessoa, principalmente, as mulheres, que me ajudaram a levar essa batalha até aqui. É nossa essa vitória. Esse é um passo numa guerra que deve ser travada contra a violência política de gênero no Brasil. Espero que a luta e a vitória sirvam de inspiração para muitas entrarem na política e mudarem essa realidade, minha solidariedade e admiração a todas que apesar do machismo, conseguiram permanecer ativas na política”, escreveu.
Ainda em 2021, Cury foi suspenso do mandato por seis meses pelo Conselho de Ética da Alesp. Depois acabou expulso do partido Cidadania e migrou para o União Brasil. O parlamentar sempre respondeu ao caso em liberdade e nega as acusações de ato libidinoso.
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