O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), considerou “pedagógico” o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que determinou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos. Em entrevista ao programa Direto da Redação, do canal de CartaCapital no YouTube, o deputado avaliou que o TSE impôs uma derrota aos que tinham como projeto político uma “ditadura fascista”.
“Esse julgamento impõe uma duríssima derrota naqueles que nesses últimos anos ameaçavam a democracia, desrespeitavam as leis e queriam transformar o País numa ditadura fascista, liderada pelo ex-presidente”, declarou o parlamentar.
Para o líder, Bolsonaro “governou o Brasil achando que era maior do que a Constituição e as leis” e que “terminaria o mandato e continuaria perambulando pelo Brasil de forma impune”. No entanto, a Justiça Eleitoral teria mostrado que “ninguém está acima da lei”.
“Penso que esse julgamento marca uma nova fase da República brasileira”, avaliou Guimarães.
Enquanto comemora a punição a Bolsonaro, o governo se prepara para uma semana densa no Congresso Nacional. O Planalto aguarda a aprovação de três matérias consideradas cruciais: o “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, o arcabouço fiscal e a Reforma Tributária.
Uma das incertezas é se a Câmara autorizará a mudança que os senadores fizeram no texto do arcabouço fiscal, relativa ao cálculo da inflação. Segundo o governo, caso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) não se sensibilize com a modificação, o Orçamento do ano que vem poderá perder 30 bilhões de reais.
Para Guimarães, “o pior já passou” na relação entre o Planalto e o Congresso.
Segundo ele, o ponto de maior tensão foi a apreciação da matéria que reorganizaria os ministérios, o que poderia causar uma “crise definitiva” na relação entre Executivo e Legislativo. Agora, o líder do governo na Câmara demonstra maior confiança nas votações da semana que vem.
“Em relação ao cálculo da inflação, vamos ouvir os líderes, não há problema nenhum. Eu penso que é possível, sim, a gente manter o texto que foi aprovado no Senado”, disse o líder, referindo-se ao arcabouço fiscal. De acordo com Guimarães, os líderes partidários da Câmara devem debater o tema em uma reunião no domingo à noite.
Assista à entrevista na íntegra:
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