Juiz obtém reforço na segurança após depoimento de Tacla Duran sobre ‘extorsão’ na Lava Jato

O advogado afirmou ter sido alvo de um 'bullying processual' e citou Sergio Moro e Deltan Dallagnol

O novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Foto: Justiça Federal

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A Justiça Federal do Paraná concedeu proteção extra ao juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, responsável pelos processos remanescentes da Lava Jato.

A decisão acolhe um pedido apresentado por Appio após conduzir, na última segunda-feira 27, o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran. Na solicitação, o magistrado listou “ameaças e pressões sofridas, via redes sociais e órgãos de imprensa, por conta das investigações que se iniciaram a partir de audiência”.

Na oitiva, Duran afirmou ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da operação. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou o ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador pelo União Brasil, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos.

A Justiça Federal informou não ter tomado conhecimento de riscos “à integridade física do magistrado interessado”, mas levou em consideração “a sensação pessoal de insegurança nele externada e a atual disponibilidade patrimonial”. A decisão autoriza Appio a usar uma viatura blindada.

No pedido acolhido, o juiz ainda escreveu que “as ameaças são consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido por dois dos nominados na referida investigação que hoje tramita em sigilo junto ao Supremo Tribunal Federal”, em referência a Moro e Deltan.

No depoimento de Duran, como houve menção a parlamentares – figuras com prerrogativa de foro -, Appio decidiu encaminhar os autos ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF. Na quarta 29, Lewandowski enviou à Procuradoria-Geral da República as acusações feitas pelo advogado. Agora, cabe ao procurador-geral Augusto Aras decidir se abrirá uma investigação sobre o suposto crime de extorsão.


Em nota divulgada após a oitiva de Tacla Duran, a assessoria de Sergio Moro sustentou que o senador é alvo de “calúnias” e não teme “qualquer investigação”. Deltan, por sua vez, se referiu a Eduardo Appio como “juiz lulista e midiático, que nem disfarça a tentativa de retaliar contra quem, ao contrário dele, lutou contra a corrupção”.

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