Política
Joice Hasselmann anuncia saída do PSL e diz que a sigla mantém a ‘escória bolsonarista’
A deputada, que foi líder do governo na Câmara, afirmou que o PSL considera o retorno de Bolsonaro à legenda


A deputada federal Joice Hasselmann anunciou, por meio de publicações nas redes sociais nesta segunda-feira 14, que entrou na Justiça para sair do PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018 como apoiadora de Jair Bolsonaro.
Agora, Joice alega que o mesmo governo se tornou um problema para sua permanência no partido, “O PSL não só manteve a escória bolsonarista em seus quadros, mas entregou o coração da legenda”, escreveu.
Hasselmann critica supostos acordos firmados entre o presidente do partido, o também deputado Luciano Bivar (PE), durante a eleição para a presidência da Câmara, vencida por Arthur Lira (PP-AL).
A indicação de deputados alinhados ao presidente a comissões importantes, como Bia Kicis (PSL-DF) na Comissão de Constituição de Justiça, é “culpa exclusivamente do PSL”, segundo Hasselmann.
Além disso, a parlamentar atribui a Bivar a decisão de suspender a expulsão de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) da legenda após um racha em 2019. Na ocasião, Hasselmann, que foi líder do governo na Câmara dos Deputados, rompeu com a família Bolsonaro e a base aliada.
Sobre o PSL: entrei na justiça hj p/ deixar a legenda por justa causa. Não sou boba. Sei q partido é problema, mas o PSL virou a representação do q há de pior na política. O PSL não só manteve a escória bolsonarista em seus quadros, mas entregou o coração da legenda. Explico 👇
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) June 14, 2021
“Os bolsonaristas esculhambaram o PSL, tentaram criar outro partido, achincalharam os leais às bandeiras liberais e ao país e ao invés de serem expulsos são agraciados numa negociata que deve ter sido muito lucrativa, afinal, que partido se entregaria assim?”, escreveu.
Na sequência de tuítes, a deputada ainda afirma que o PSL deixou as “portas abertas” para um eventual retorno de Bolsonaro à legenda pela qual se elegeu em 2018. Atualmente, o presidente está sem partido.
“Não há a menor condição de eu ficar numa legenda que mantém negociatas com Bolsonaro e sua tropa. Já estive no mesmo partido desse monstro. Não cometerei o mesmo erro”, finaliza.
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