Política

Joias ficaram expostas de ‘forma ostensiva’ no ministério de Minas e Energia, diz embaixador à PF

Em depoimento, Christian Vargas afirmou que presentes recebidos do regime da Arábia Saudita seriam incorporados ao acervo público do Brasil

As joias que o clã Bolsonaro recebeu do regime saudita. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O embaixador Christian Vargas declarou, em depoimento à Polícia Federal, que o estojo com as joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) do regime da Arábia Saudita eram expostas de “forma ostensiva”na sala da chefia do gabinete do ministro de Minas e Energia da época, Bento Albuquerque. A informação é do jornal O Globo.

No relato, o embaixador contou que a exposição dos presentes seria “uma atitude de transparência” do governo federal. Ele ainda declarou ter sido informado de que os itens seriam incorporados ao patrimônio público.

Vargas foi um dos integrantes da comitiva brasileira para a Arábia Saudita.Os supostos presentes foram trazidos pelo tenente Marco Soeiro, também integrante da comitiva, e apreendidos pela Receita Federal.

No relato à PF, Vargas informou que ele e Soeiro participaram de diversas reuniões no país saudita e que ao final dos encontros houve a troca de presentes “de forma protocolar e oficial”.

Ainda conforme relato, Vargas tomou conhecimento da entrega de outros presentes, como tâmaras, perfumes, óleos, além de duas caixas embrulhadas “com toda a aparência de terem sido oficiais”.

O diplomata retornou ao País acompanhado de Albuquerque e Soeiro e disse que o ajudante de ordens teria sido parado para uma  “vistoria mais minuciosa” pela Alfândega. No entanto, afirmou não ter presenciado “apreensão ou preocupação” por parte de Albuquerque ou de Soeiro em razão da fiscalização.

Ainda na companhia de Albuquerque em direção ao próximo voo para Brasília, Vargas relatou ter presenciado uma ligação de Soeiro ao ministro narrando problemas com suas bagagens.

Neste momento, Albuquerque teria voltado à sede da Receita Federal no aeroporto e no retorno lhe contou que fiscais da Receita haviam aberto um pacote de presentes em que havia “joias de grande valor”.

Na ocasião, o ministro teria dito que depois o Ministério tomaria “as medidas necessárias para a liberação dos bens e incorporação disso ao patrimônio público”. Ele ainda frisou que a dupla não demonstrou “qualquer receio ou nervosismo” em falar dos presentes.

Semanas após o retorno da Arábia Saudita, Vargas enviou ao regime árabe  uma “carta de praxe de agradecimento” e afirmou que foi orientado por Albuquerque a colocar no texto que os presentes seriam incorporados ao acervo público, com linguagem repassada por seu gabinete.

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