Justiça

‘Jogo zerado’: Como Messias recebeu o cancelamento da sabatina no Senado

Indicado por Lula ao Supremo, o advogado-geral da União ganhou mais tempo para visitar senadores e tentar vencer resistências

‘Jogo zerado’: Como Messias recebeu o cancelamento da sabatina no Senado
‘Jogo zerado’: Como Messias recebeu o cancelamento da sabatina no Senado
Jorge Messias herdará mais de 900 processos no STF. Foto: Emanuelle Sena/ AscomAGU
Apoie Siga-nos no

O adiamento da sabatina de Jorge Messias no Senado Federal não modificou a estratégia do advogado-geral da União indicado por Lula (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta-feira 4, ele segue com a agenda intensa de visitas a gabinetes de senadores em busca de angariar os 41 votos necessários para sua aprovação.

O sentimento no grupo que o acompanha na empreitada, no entanto, é de que o cancelamento da etapa dá nova oportunidade para o ministro vencer resistências.

A avaliação inicial após a notícia é de que o placar do jogo foi ‘zerado’. Interlocutores de Messias disseram a CartaCapital que o entendimento foi de que Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado contrário à indicação, teria ficado, pela primeira vez, inseguro com o placar. O parlamentar, na leitura do entorno de Messias, passou a acreditar no movimento de “voto silencioso” e, por isso, teria optado pelo adiamento.

Embora Alcolumbre esteja declarando que Messias tem apenas 20 votos no Senado, aliados do ministro avaliam que o número é “muito maior”, mas não especificam a quantidade. Há, porém, certo alívio com o adiamento. Messias entende que é apenas “uma peça em um jogo muito maior do que ele”, dizem aliados, e por isso mantém a sua agenda mesmo em meio a turbulências.

Na prática, o indicado ao Supremo ainda não sabe quanto tempo de campanha ganhou com a decisão de Alcolumbre. Mas, enquanto o presidente não oficializa a indicação, a sabatina não poderá ser marcada. Há, neste ponto, um temor de que a manobra do governo pode se tornar um tiro no pé: após a oficialização, é prerrogativa do Senado decidir em qual data a sabatina ocorrerá.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo