Política

João Doria grita para apoiador de Bolsonaro: “vai pra casa, vagabundo”

Governador de São Paulo perde a calma com manifestantes que o receberam em evento na interior do estado aos gritos de ‘Pinóquio’

“Vai pra casa, vagabundo!, grita o governador João Doria a grupo de bolsonaristas. Créditos: EBC
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O governador de São Paulo, João Doria, entrou em atrito com um grupo de apoiadores do governo Bolsonaro que demonstravam apoio ao presidente durante um evento gastronômico em Taubaté, na noite da terça-feira 15. Os bolsonaristas hostilizaram o governador aos gritos de “Pinóquio”, “Pinóquio do pau oco” e “Doria surfou na ‘onda Bolsonaro’”.

Visivelmente irritado, Doria respondeu: “Vai pra casa, vagabundo! Vai comer sua mortadela com a sua mãe, seu sem vergonha”. Depois, direcionou seus ataques aos aposentados: “Vai cobrar do Major Olímpio seus ‘duzentinho’ para vir aqui falar bobagem no microfone. Vai pra casa, aposentado”, emendou o governador.

Já no início de seu discurso no Festival Gastronômico Feito em SP, Doria reservou críticas aos apoiadores do governo. “Boa noite para o verdadeiro povo de Taubaté que trabalha. E não os que atrás de mortadela e dinheiro de Major Olímpio. Vai beijar o pé do Major Olímpio que perdeu as eleições de São Paulo pra mim”. O discurso teve o apoio do prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), que se declarou um “soldado briguento” para defender o governador. “E vocês [manifestantes] vão chorar na cama que é lugar quente”, direcionou aos bolsonaristas.

Embora Doria tenha encampado, na época das eleições de 2018, o movimento “BolsoDoria”, tem sido visível nos últimos meses o descolamento do tucano do governo. Doria tem criticado algumas ações do governo, defendido sua posição ao centro, no que chama de novo PSDB. Por várias ocasiões, classificou as medidas de Bolsonaro como extremistas.

Entre as críticas do governador a Bolsonaro e sua base está a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington, nos EUA. “Não é uma boa atitude. Eu jamais nomearia nem meu filho, nem ninguém da minha família para nenhuma função pública”, declarou em uma entrevista concedida ao UOL, em agosto.

Ele também desaprovou o desmonte da política ambiental do governo de Bolsonaro, que levou países como Alemanha e Noruega pararem de investir no combate ao desmatamento na Amazônia.

Também desaprovou a atitude de Bolsonaro de cancelar encontro com o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian. O francês veio para o Brasil em julho só para se encontrar com o presidente, que cancelou a reunião de última hora para cortar o cabelo. Ao saber disso, João Doria imediatamente convidou o ministro para uma reunião. “A França é um dos cinco países mais importantes na relação bilateral com o Brasil. Não foi um bom gesto”, avaliou o governador.

Bolsonaro sofre queda na popularidade e já é o presidente em primeiro mandato mais mal avaliado, desde Fernando Collor quando começaram as pesquisas de avaliação presidencial.

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