Política

João Doria: “Eu não criei o ‘BolsoDoria’, movimento nasceu espontaneamente”

O governador de São Paulo volta a criticar Jair Bolsonaro e tenta mais uma vez afastar sua imagem do presidente

João Doria para sua campanha ao governo do Estado de São Paulo. Foto: reprodução
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O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro e tenta, mais uma vez, afastar sua imagem do pesselista. Em entrevista ao programa “Central GloboNews”, na noite desta quarta-feira 2, o tucano disse não ser bolsonarista e fez críticas a escolhas feitas pelo governo.

“Eu não sou bolsonarista. Eu não criei o ‘BolsoDoria’. O movimento nasceu no interior [de São Paulo], espontaneamente. Mas eu incorporei”, afirmou o governador. No segundo turno das eleições presidenciais, depois que o candidato do PSDB Geraldo Alckmin havia perdido, Doria imediatamente declarou apoio ao então candidato do PSL Jair Bolsonaro e sua campanha criou o slogan “BolsoDoria”.

“E naquela circunstância, na qual enfrentávamos todos os partidos de esquerda juntos, todos faziam campanha contra mim… E, numa campanha, qual era o meu caminho senão estar ao lado daqueles que advogavam com Jair Bolsonaro?”, completou o governador, sempre negando ter sido oportunista.

Durante a entrevista, Doria também criticou a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho de Bolsonaro, como embaixador do Brasil em Washington (EUA). “É um ponto crítico meu em relação ao presidente Bolsonaro. Moralmente, não me parece adequado que o filho de um presidente da República seja indicado para uma embaixada. Isso não é positivo. Você confunde o tema familiar com o diplomático. Ainda que fosse alguém que soubesse o inglês corretamente, que tivesse curso em Harvard, que tivesse vivência, competência, ainda assim, eu diria não”, criticou Doria.

LGBTs e censura

Na entrevista, o governador foi questionado sobre uma recente decisão de barrar um material escolar que trazia estudos sobre gênero. Acusado de censura por educadores, Doria nega. “Não proibimos, apenas, especificamente, um capítulo dessa cartilha estava em desacordo com o Estatuto da Educação de São Paulo. Mandamos recolher a cartilha. Dialogamos com o professorado, com o Tribunal de Justiça, Ministério Público e a Defensoria Pública também. Estabelecemos um texto adicional encartado nessa cartilha e foi redistribuída. Não foi preciso judicializar”, justificou.

 

Católico, Doria afirmou que respeita os LGBTs, mas não considera razoável indicar a uma criança de 12 ou 13 anos que ela nasça sem sexo.

“Eu não tenho nada contra LGBTs, a opção que você faz ao longo de sua vida pela sua sexualidade, portanto, não sou conservador nisso, eu sei que isso faz parte da existência. Mas não acho razoável que se diga a uma criança de 12, 13 anos, que ela nasça sem sexo. A criança nasce menino ou menina. Se alguém me provar o contrário, que me diga cientificamente”.

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