Política

‘Já tem três anos que eu não leio livro’, confessa Bolsonaro

O ex-capitão ainda ironizou episódio em que Moro disse consumir biografias, mas não se recordar de nenhuma leitura recente

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu aos apoiadores nesta terça-feira 14 que, desde que chegou à Presidência da República, não leu um livro sequer. Segundo disse, não teria tempo nem para ‘ler a orelha’ de um exemplar.

“Já tem três anos que eu não leio livro. Desde que assumi a Presidência eu não li mais nada”, disse, rindo, a um apoiador que lhe ofereceu um livro sobre corrupção.

O bolsonarista então insistiu, alegando se tratar de uma leitura importante, de interesse público, e Bolsonaro decretou:

Chefe, tô confessando, não tenho como abrir o livro, chefe. Não dá nem pra ver a orelha do livro, mais”, respondeu o ex-capitão.

Ao tratar do tema, Bolsonaro aproveitou, então, para alfinetar o seu ex-ministro Sergio Moro (Podemos).

“Por falar nisso, eu vi um vídeo daquele ministro falando que estava lendo biografias e o cara perguntou ‘qual a última’ e ele ficou ‘hmmm’. Alguém viu esse vídeo aí? Ele não lembrava, não leu nem a dele”, ironizou o presidente, em referência ao novo livro lançado pelo ex-juiz.

O episódio citado por Bolsonaro é uma entrevista de Moro ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, em 2019, pouco depois de o ex-juiz aceitar ocupar um cargo no governo federal.

Após confessar não ler livros há três anos, Bolsonaro passou a direcionar ataques à gestão de Fernando Haddad (PT) no Ministério da Educação.

“Hoje nós temos um ministro da Educação que é pastor. Veja quanto tempo ficou Haddad no ministério, não tem como dar certo. Qual foi o grande mérito do Haddad? Tentar botar aí a ideologia de gênero”, destacou, alegando em seguida que o petista teria atuado para prender padres e pastores que não celebrassem casamentos homoafetivos.

As declarações têm claro apelo eleitoral, já que na mesma conversa admitiu que só irá se envolver diretamente nas eleições para governador de São Paulo, onde pretende apoiar seu ministro Tarcísio Gomes de Freitas. Haddad é apontado como um dos favoritos no estado.

“Eu não pretendo entrar de cabeça [nas eleições para governador], só em alguns estados, como São Paulo. Na Bahia também, parece que é o João Roma”, explicou aos apoiadores.

A candidatura de Tarcísio foi uma das condições impostas por ele para fechar com o PL de Valdemar Costa Neto. A filiação quase não se concretizou após a divulgação de que o partido pretendia apoiar Rodrigo Garcia (PSDB), apadrinhado do atual adversário João Doria.

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