Política
Itamaraty repudia ataques israelenses contra civis na Palestina e pede ‘investigação célere’
A campanha militar israelense matou pelo menos 54.510 palestinos, majoritariamente civis


O governo brasileiro se manifestou nesta quarta-feira 4 contra os ataques israelenses que deixaram centenas de civis mortos na Palestina nos últimos dias. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores pediu a realização de uma “investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques”.
“São absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos”, disse. Ainda no comunicado, o Itamaraty voltou a pedir pela cessação imediata dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil, incluindo mulheres, idosos e crianças.
O governo brasileiro, conforme a nota, defende a retirada completa das forças israelenses da Palestina ocupada, o levantamento das restrições à entrada e à distribuição de ajuda humanitária no território e a libertação dos reféns remanescentes.
Na terça-feira, o presidente Lula (PT) também repudiou os ataques de Israel, voltando a classificar o conflito em Gaza como “genocídio”. “Vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo”, disse Lula em uma entrevista coletiva em Brasília. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio, a morte de mulheres e crianças que não participam de guerra. É a decisão de um governo que nem o povo judeu quer.”
O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 causou as mortes de 1.218 pessoas em Israel, a maioria civis. Desde então, a campanha militar israelense matou pelo menos 54.510 palestinos, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
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