Política

Investigados por assassinato de Marielle cometeram outro crime no mesmo dia

Integrantes do grupo assassinaram um rival naquele 14 de março. Presos de hoje chegaram a prestar depoimento no caso Marielle

(Foto: Reprodução/TV Globo)
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A operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que prendeu integrantes do “Escritório do Crime” na manhã desta terça-feira 30, está associada a um assassinato que ocorreu no dia 14 de março de 2018 – um diferente, porém, do que matou a vereadora Marielle Silva e o motorista Anderson Gomes.

Segundo informações fornecidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), os quatro pedidos de busca e apreensão foram expedidos para homens ligados a Adriano da Nóbrega, conhecido chefe desse núcleo de milícias do Rio de Janeiro e possível mandante do homicídio de Marcelo Diotti da Mata, que aconteceu naquele 14 de março em um estacionamento de uma hamburgueria na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

Marielle e Anderson, no entanto, foram mortos na região central do Rio.

“‘Capitão Adriano’ é apontado como mandante do homicídio de Marcelo Diotti da Mata, cuja execução, na noite de 14 de março de 2018, no estacionamento de uma hamburgueria na Barra da Tijuca, ficou a cargo do grupo criminoso agora denunciado. Diotti, que já havia sido preso por homicídio e exploração de máquinas de caça-níqueis, era visto como desafeto por seus executores.”, informou o MP-RJ por meio de nota explicativa sobre a Operação Tânatos, nome dado a ação.

 

Adriano foi posteriormente morto, no dia 9 de fevereiro de 2020, em uma ação do Bope no interior da Bahia, onde estava foragido. Seu nome tem aparecido novamente na mídia por conta de seus envolvimentos com Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), líder de um esquema de rachadinhas no gabinete do então deputado estadual. O caso também é investigado pelo MP-RJ.

No início da manhã, foram presos Leonardo Gouvêa da Silva (apelidado de ‘MAD’ e atual líder do grupo) e Leandro Gouvêa da Silva (‘Tonhão’), que chegaram a ser ouvidos nos depoimentos colhidos ao longo da investigação do caso Marielle. Outros dois denunciados são apontados como braços armados do Escritório. São eles João Luiz da Silva (‘Gago’) e Anderson de Souza Oliveira (‘Mugão’), ambos ex-policiais militares.

Além disso, o MP-RJ também destaca que o mesmo grupo é apontado como autor da tentativa frustrada de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva (‘Andinho’) e do também PM Natalino dos Santos Rodrigues, em 6 de janeiro de 2018, na Rua Ribeiro de Andrade, em Bangu. Ambos sobreviveram na ocasião, mas Anderson seria executado no dia 10 de abril do mesmo ano.

“Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, tais como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e progridem até o alvo executando-o sem chances de defesa”, diz a nota do MP-RJ.

Para a realização da Operação, foram apresentadas três tipos de denúncias. Uma junto à 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, tendo sido expedidos mandados de prisão e busca e apreensão por crime de organização criminosa. A segunda, à 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital, e a terceira denúncia oferecida foi distribuída junto à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, focando especificamente no assassinato de Marcelo Diotti da Matta.

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