Política
Inquérito da PF conclui, novamente, que Adélio Bispo agiu sozinho ao atacar Bolsonaro
Investigações foram retomadas após suspeita de que outras pessoas poderiam estar envolvidas no crime; PF se manifestou, nesta terça, pelo arquivamento do caso


A Polícia Federal (PF) tornou a afirmar, nesta terça-feira 11, que Adélio Bispo agiu sozinho ao atacar, com faca, o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em 2018, durante um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
A conclusão foi exposta, em nota, pela corporação após novas investigações do caso. A PF, diante dos fatos, pediu o arquivamento do caso.
“Após retomada de investigações para identificar possíveis envolvidos no atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro em 2018, a Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso“, diz o trecho principal da manifestação da Polícia.
No curso atual do inquérito, os agentes chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão em endereços dos suspeitos e advogados. Os investigadores fizeram, então, nova análise dos equipamentos eletrônicos e documentos recolhidos nos locais. A apuração, no entanto, não resultou em nova conclusão sobre a facada.
“Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com os fatos investigados”, informa a PF sem fornecer, ainda, os detalhes dos delitos citados.
Essa é a terceira vez que a PF chega a essa mesma conclusão. Em setembro de 2018 os agentes já apontavam que o autor da facada teria agido sozinho e sem mandantes. Nova investigação, em 2020, chegou ao mesmo resultado.
Adélio Bispo, importante registrar, segue detido pelo crime contra o ex-presidente. Ele está, no momento, em tratamento ambulatorial determinado pela Justiça em fevereiro deste ano, após pedido da Defensoria Pública, que entendeu que a prisão do autor do ataque violaria a Lei Antimanicomial.
A legislação citada proíbe a internação de pessoas com transtornos mentais em estabelecimentos penais ou em instituições incapazes de oferecer assistência integral.
Antes de ser levado ao tratamento, Adélio passou cinco anos custodiado na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Desde 2019 ele recebe assistência jurídica da DPU.
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