O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira 13 que que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, desaparecidos na região do Vale do Javari, na Amazônia, desde domingo 5, teriam sofrido “alguma maldade”.
“Indícios levam a crer que foi feita alguma maldade com eles”, declarou o presidente em entrevista à rádio CBN do Recife. “Já foram encontradas, boiando no rio, vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para fazer o DNA. Pelo prazo, pelo tempo vai ser muito difícil encontrá-los com vida”, completou ainda o ex-capitão.
Sobre o assunto, o ex-capitão preferiu direcionar críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que determinou, na sexta-feira 10, que o governo adote todas as medidas necessárias para encontrar a dupla.
“Dispensável que o senhor Barroso, dono da verdade, dar cinco dias para o presidente explicar ou achar esses dois que desapareceram”, disse. “São dezenas de pessoas que desaparecem por ano e ele se preocupa apenas com esses dois. Nós nos preocupamos com todos que desaparecem no Brasil”.
O governo Bolsonaro foi alvo de críticas nacionais e internacionais relacionada aos esforços brandos para a localização dos dois.
O ex-capitão já havia classificado a expedição de Phillips e Pereira como uma “aventura não recomendada”.
O jornalista e o indigenista viajavam juntos de barco na região do Vale do Javari, no Amazonas, onde realizavam entrevistas e coletavam dados para a elaboração de um livro dobre o meio ambiente.
A dupla foi vista pela última vez quando saiam da comunidade de São Gabriel, no domingo 5, rumo a cidade de Atalaia do Norte.
Segundo lideranças indígenas, Bruno sofria diversas ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais da região.
Nesta segunda, a Polícia Federal negou, em nota, que os corpos de Dom e Bruno haviam sido encontrados.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login