O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar como “inadmissíveis” as exigências da União Europeia para a finalização do acordo entre o bloco e o Mercosul.
A declaração foi concedida nesta terça-feira 4, durante discurso na cúpula do Mercosul, na Argentina.
Em março, o bloco europeu apresentou um instrumento adicional a ser acrescentado ao acordo. São esses os aditivos considerados “inaceitáveis” pelo petista.
“Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaças”, disse Lula.
Apesar de o acordo, negociado oficialmente desde 1999, ter padrões de sustentabilidade, o novo texto tornaria obrigatórios alguns compromissos ambientais.
A União Europeia apresentou um documento que prevê sanções aos países envolvidos caso obrigações ambientais não sejam cumpridas. A Europa deseja garantir que a exportação de commodities que não respeitam regras ambientais seja passível de sanções. A ideia se baseia na legislação europeia sobre o meio ambiente, algo que o governo brasileiro considera excessivamente rígido.
Do lado do Mercosul, o Brasil também se nega a fazer concessões no capítulo das compras governamentais, a fim de proteger as pequenas e médias empresas do bloco.
“É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente. É inadmissível abrir mão do poder de compra do Estado, um dos poucos instrumentos de política industrial que nos restam”, disse o petista.
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