O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu a redução de partidos no Brasil para evitar a ocorrência do impeachment, processo que derrubou Dilma Rousseff (PT) e o levou ao poder em 2016. As declarações foram feitas em evento do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, em Lisboa, nesta sexta-feira 3.
Segundo o emedebista, o Brasil deveria ter apenas dois partidos, ainda que eles agrupem mais de uma dezena de forças políticas. Além disso, defendeu um modelo semipresidencialista. Em sua opinião, a mudança evitaria “traumas institucionais”.
“Você aprimora o sistema político. E, quando precisar mudar o governo, o governo cai porque pega a maioria parlamentar, e outra maioria parlamentar se forma. Imediatamente se instala um novo governo, sem nenhum trauma, como ocorreu no Brasil, como ocorre algumas vezes no Brasil, pelo chamado impedimento, que, a todo momento, até, convenhamos virou moda no Brasil, a todo momento é um impedimento“, declarou.
Na sequência, Temer acrescentou o impeachment como um “trauma”, mad reforçou a legalidade do processo.
“Eu passei por isso, vocês sabem, cheguei constitucionalmente ao poder num sistema patrocinado pelo Legislativo, e coordenado pelo Supremo Tribunal Federal, mas é sempre um trauma institucional. Nós precisamos acabar com os traumas institucionais”, afirmou.
Temer discursou por cerca de dez minutos diante de outras autoridades brasileiras e também tocou no tema do meio ambiente, em que defendeu o cumprimento rigoroso do Acordo de Paris.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, como Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, mencionaram as investigações sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro e disseram ter compromisso em restabelecer a normalidade do regime democrático.
O Lide foi fundado pelo ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login