O recente pedido de impeachment contra o governador do Paraná Ratinho Jr. (PSD) dificilmente irá adiante na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A avaliação é do próprio autor do pedido, deputado estadual Requião Filho (PT), em entrevista a CartaCapital.
Após o protocolo, denuncia o político, o pedido foi ‘esquecido’ em uma gaveta. A explicação, defende, seria uma troca de favores entre Ratinho e Ademar Traiano (PSD), presidente da Alep implicado também com um pedido de cassação por denúncias de corrupção.
“O pedido de impeachment já sumiu numa gaveta. Veja, estamos próximos de uma nova eleição da mesa em que o presidente da Assembleia é réu Confesso, digamos assim, em um escândalo de corrupção de propina, de caixa dois, e a base do governo e o governo estão em conluio para tomar conta da Assembleia e continuar a frente da Casa. Então há essa troca de favores políticos, que garante ao governador uma sobrevida”, explica Filho na entrevista.
Ele promete, no entanto, não deixar o caso morrer. “Eu gostaria de dizer que vou ao Judiciário. Vou cobrar o Ministério Público e queremos o apoio das instituições para que se faça a lei no estado do Paraná”, destaca o deputado.
Apesar da força do pedido, que trata de improbidade administrativa por uma nomeação irregular na Paraná Invest, Requião Filho reconhece que há obstáculos nas instâncias jurídicas, onde o governador também mantém uma farta rede de apoio.
“Infelizmente o Ministério Público e o TJ aqui no Paraná não são exatamente os parceiros que nós esperávamos no combate à corrupção”, lamenta.
A entrevista a CartaCapital tratou também de uma iminente saída do clã Requião do PT no Paraná; eleições de 2024. Na conversa, que você pode assistir na íntegra abaixo, o deputado faz também duras críticas ao governo Lula por uma ‘inércia’ diante do avanço da privatização no estado.
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