Política

Igrejas evangélicas suspeitas de financiar atos golpistas entram na mira da CPMI

Requerimentos de convocação de presos que denunciaram líderes religiosos foram feitos pelos deputados Erika Hilton e Pastor Henrique Vieira

Igrejas evangélicas suspeitas de financiar atos golpistas entram na mira da CPMI
Igrejas evangélicas suspeitas de financiar atos golpistas entram na mira da CPMI
Primeira reunião da CPMI do 8 de Janeiro no Senado Federal. Foto: Pedro França/Agência Senado
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As igrejas evangélicas que supostamente financiaram os atos golpistas no dia 8 de Janeiro entraram na mira da CPMI nesta sexta-feira 2. A intenção é convocar os presos que denunciaram a organização de caravanas de igrejas para levar golpistas até Brasília naquela dia 8. Um líder religioso coordenador de um grupo do Telegram também é alvo de um pedido de convocação. Os requerimentos de convocação foram assinados pelos deputados do PSOL, Erika Hilton e Pastor Henrique Vieira.

Em março deste ano, ao menos três igrejas foram citadas em depoimentos de presos como financiadoras dos ônibus que levaram os terroristas até Brasília. São elas: a Igreja Presbiteriana Renovada, de Sinop, no Mato Grosso; a Igreja Batista de Maceió, em Alagoas; e a Assembleia de Deus de Xinguara, no Pará. Outros depoimentos também citam a participação de evangélicos, mas sem detalhes da denominação religiosa.

Com base nas oitivas, os deputados pedem que os presos que apontaram o financiamento religioso para chegar em Brasília sejam ouvidos pela CPMI. A intenção é aprofundar os detalhes das denúncias iniciais feitas à PF. Os pedidos de convocação feitos por Erika e Henrique Vieira são:

  • Sirlei Pessoa de Siqueira, que aponta a Igreja Presbiteriana Renovada como organizadora da caravana de Sinop (MT) para Brasília;
  • Jamil Vanderlino, também de Sinop que confirmou ter ido à capital federal em ônibus de uma igreja não nominada;
  • Ademir Almeida da Silva, um bolsonarista preso que diz ter recebido auxílio financeiro do pastor Adiel Brandão de Almeida, da Igreja Batista de Maceió (AL), para acampar em Brasília;
  • Edinilson Felizardo da Silva, preso de Uberlândia que apontou o financiamento de uma igreja para ir até Brasília. Ele também não cita a denominação;
  • Debora Candida Gimenez, presa do Pará que diz ter ido a Brasília em um ônibus da Assembleia de Deus de Xinguara;
  • Pastor Thiago Bezerra, da igreja Amor Supremo, de Goiânia, que é apontado como um dos incitadores dos atos golpistas por manter um grupo de bolsonaristas no Telegram.

Conforme destacam os pedidos, “o interesse dos parlamentares é investigar, em específico, as fontes de financiamento que viabilizaram a vinda do convocado ao Distrito Federal – DF e/ou que sustentaram sua permanência e atuação junto à multidão golpista acampada em Brasília”.

Segundo Vieira, um dos autores dos requerimentos, o objeto é também delimitar a participação das igrejas nos atos. “Poderemos distinguir as pessoas que têm uma fé generosa, amorosa e pacífica, daquelas que sequestram a religião, a espiritualidade e a fé para legitimar seus projetos de poder, violência e destruição da democracia”, diz o deputado em nota.

A próxima reunião da CPMI do 8 de Janeiro está marcada para esta terça-feira.

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