Política

“Ideologia de gênero é coisa do capeta”, diz Bolsonaro a evangélicos

“Não podemos admitir leis que firam nossos princípios”, defendeu o presidente da República, na Marcha Para Jesus em Brasília

“Ideologia de gênero é coisa do capeta”, diz Bolsonaro a evangélicos
“Ideologia de gênero é coisa do capeta”, diz Bolsonaro a evangélicos
Foto: Carolina Antunes/PR
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) marcou presença na Marcha Para Jesus, neste sábado 10, em Brasília, e afirmou, em discurso num trio elétrico, que “ideologia de gênero é coisa do capeta”. O presidente também defendeu o que chama de “família tradicional” e disse que as leis servem para a proteção das “maiorias”.

“Vocês têm na primeira vez da história do Brasil um presidente que está honrando o que prometeu durante a campanha. Um presidente que acredita e valoriza a família. Um presidente que vai respeitar a inocência das crianças nas salas de aula. Não existe essa conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta”, discursou. “Nós temos um presidente que, além da família e a questão da educação, tem amor ao próximo. Não discriminamos ninguém. Não temos preconceito. E deixo bem claro. As leis existem para proteger as maiorias.”

Em seguida, o presidente fez críticas a leis que possam ferir princípios da “maioria”. “O que a minoria faz, por livre e espontânea vontade, sem prejudicar a maioria, vá ser feliz. Nós não podemos admitir leis que nos tolham, que firam os nossos princípios. Nós queremos leis para que nos façam viver em paz e harmonia, e possam fazer o Brasil crescer.”

Em outro trecho, Bolsonaro argumentou que a composição familiar a partir da união entre um homem e uma mulher é um princípio da Constituição. A referência é ao artigo 226, que diz: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

“Apresentem uma emenda à Constituição e modifiquem o artigo 226, que lá está escrito que família é homem e mulher. E mesmo mudando isso, como não dá para emendar a Bíblia, eu vou continuar acreditando na família tradicional”, declarou. “A todo momento a gente ouve essa esquerdalha, PT, PCdoB, PSOL, essa esquerdalha nojenta, falar que o Estado é laico. O Estado é laico, mas eu, Johnny Bravo, sou cristão.”

Bolsonaro estava acompanhado de lideranças religiosas e políticos, como o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP) e o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB-DF).

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo