O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi protegido pela Operação Lava Jato quando ainda participava da campanha presidencial de Jair Bolsonaro. A força-tarefa descobriu que uma empresa de Guedes fez pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná.
O esquema foi divulgado nesta terça-feira 20 pelo jornal Folha de S. Paulo. A força-tarefa da operação em Curitiba apresentou denúncia sobre o caso em abril de 2018 e não incluiu no rol de acusados Guedes ou outros representantes de sua empresa.
Na campanha, Bolsonaro apresentava Guedes como seu “Posto Ipiranga”, utilizando um jargão publicitário para justificar seu desconhecimento da área econômica e mostrar que quem iria comandar esse assunto era o economista, que sempre manteve boa relação com o mercado financeiro por defender uma política liberal. Se Guedes fosse denunciado, a eleição de Bolsonaro corria riscos.
O repasse de 560,8 mil foi feito em 2007 pela GPG Consultoria, da qual Guedes foi sócio-administrador entre novembro de 2005 e outubro do ano passado, à Power Marketing Assessoria e Planejamento, operada por um assessor do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR).
Essa rede, segundo os investigadores, emitia notas fiscais frias apenas para justificar o recebimento de dinheiro e gerava recursos em espécie para o pagamento de subornos.
O pagamento da empresa de Guedes foi feito em 14 de agosto de 2007. Sete dias depois, Nasser sacou 500 mil da conta da empresa. Naquela época, além de sócio da GPG, Guedes era acionista e integrante do Conselho de Administração da TPI, uma das empresas do Grupo Triunfo envolvidas no esquema.
Procurada pela Folha de S. Paulo, a Lava Jato informou, em nota, que a denúncia de abril “teve por objeto empresas e pessoas em relação às quais havia prova robusta dos crimes e de sua autoria”. Os advogados de Paulo Guedes não deram detalhes sobre serviços prestados pela Power Marketing à GPG.
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