Justiça
Guardas municipais vão ao STF contra lei que criou divisão de elite no Rio
O relator é o ministro Edson Fachin, que ainda não se manifestou


A Federação Nacional de Sindicatos de Servidores das Guardas Municipais, a Fenaguardas, acionou o Supremo Tribunal Federal contra parte da lei que criou uma divisão armada na Guarda Municipal do Rio de Janeiro. O relator é o ministro Edson Fachin, que ainda não se manifestou.
Em 10 de junho, a Câmara Municipal aprovou a criação de um grupamento especial na GM que terá permissão para usar arma de fogo. A chamada Divisão de Elite será formada prioritariamente por guardas municipais, mas estará aberta também a ex-militares das Forças Armadas.
A lei ainda permite a contratação de agentes da nova divisão por um ano, prazo que poderá ser prorrogado até cinco vezes, e institui o cargo de confiança de gestor de Segurança Pública Municipal.
O prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou o texto em 13 de junho, sem nenhum veto.
Para a Fenaguardas, a norma fere as exigências constitucionais de ingresso no serviço público, desrespeita critérios para ocupação de cargos de chefia, desvirtua as competências próprias das guardas municipais e amplia, de modo irregular, o acesso ao porte de arma de fogo sem respaldo legal.
A entidade pediu que o STF reserve a divisão especial a concursados, derrube o cargo de gestor, proíba o porte de arma para temporários e barre contratações sem concurso público para funções típicas de Estado.
Também solicitou que a Corte firme o entendimento de que as atividades das guardas municipais devem ser exercidas por cargos criados e preenchidos por concurso.
Não há prazo definido para Fachin se pronunciar sobre as demandas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Por unanimidade, STF frustra tentativa de Motta de salvar deputados de mudança em sobras eleitorais
Por CartaCapital
OAB-SP cria comissão para discutir reforma do Judiciário e ‘contenção’ do STF
Por Wendal Carmo
Por que contratos de Roberto e Erasmo Carlos entraram no radar do STF
Por CartaCapital