Política
Grupo de Defesa no governo de transição terá ex-comandantes das Forças Armadas
O ex-ministro Aloizio Mercadante fez o anúncio ao lado do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA)


O ex-ministro Aloizio Mercadante anunciou que o grupo de trabalhos sobre a Defesa Nacional na equipe de transição terá a participação de ex-comandantes das Forças Armadas. O comunicado ocorreu na tarde desta quarta-feira 23.
A equipe de transição projeta anunciar os nomes da Defesa até a quinta-feira 24, mas contava-se com a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília desde a noite da terça 22. O petista, porém, adiou a viagem por recomendação médica.
“Em relação às Forças Armadas, nós já tivemos contato com vários militares da alta hierarquia”, declarou Mercadante. “Já estamos em processo de constituição de um grupo de trabalho de que vão constar alguns ex-comandantes das Forças e outras lideranças importantes, principalmente aquelas que têm compromisso com um Exército, uma Marinha, uma Aeronáutica profissional, republicano, que respeite o Estado Democrático de Direito, desideologizado e não partidarizado.”
Mercadante, coordenador dos núcleos temáticos, afirmou que o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) realizou reuniões com secretários de segurança dos estados, comandantes das Polícias Militares e entidades da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Nesses encontros, segundo ele, foram identificados problemas orçamentários para diferentes áreas da segurança pública.
A falta de recursos atingiria o financiamento de atividades já para o fim de 2022, como a emissão de passaportes pela Polícia Federal e a manutenção de viaturas. De acordo com ele, o contingenciamento supera 15 bilhões de reais.
“Os gastos foram canalizados para a disputa eleitoral. Agora, não tem recurso para fechar o ano”, afirmou Mercadante, em crítica ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Algumas atividades essenciais estão parando.”
O ex-ministro também diz ter sido identificado o alastramento do crime organizado na Amazônia, região que ele chamou de “interruptor que liga o Brasil para a diplomacia internacional”.
O GT de Defesa é um dos 31 núcleos temáticos da equipe de transição. Em 11 de dezembro, cada grupo deve entregar um relatório para a coordenação, que reunirá as informações em um documento final a ser entregue a Lula. Segundo Mercadante, os relatores devem incluir sugestões de revogação de normas estabelecidas no governo Bolsonaro. As propostas serão analisadas pelos futuros ministros e, depois, aprovadas ou não pelo presidente.
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