Política
Governo se cala e empresário bolsonarista assume vídeo pró-golpe
Em comunicado, Osmar Stabile se apresentou como “patriota e entusiasta do contragolpe preventivo” e eleitor de Bolsonaro
Em meio a polêmicas e ameaças judiciais, o vídeo pró-golpe divulgado no domingo 31 pelo Palácio do Planalto ganhou um ‘pai’. Nesta terça-feira 2, o empresário paulista Osmar Stabile se apresentou publicamente como financiador da peça.
O advogado do empresário afirma que o vídeo foi pago com recursos próprios, mas prefere não divulgar detalhes comerciais da produção. “O que eu posso dizer é que não tem um centavo de dinheiro público e nem envolvimento de nenhuma ONG ou instituição”, diz o advogado Piraci Oliveira a CartaCapital.
De acordo com o advogado, empresário já patrocinou dezenas de vídeos pró-Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Segundo ele, Stabile já patrocinou “dezenas de vídeos favoráveis à sua posição política”, e costuma compartilhá-lo com amigos no WhatsApp. A reportagem pediu acesso a outros vídeos patrocinados pelo empresário, mas o advogado negou.
Stabile é dono de empresas do setor metalúrgico. Há dois anos, se candidatou à presidência do Corinthians, mas desistiu um dia antes da eleição.
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Em comunicado, Stabile se apresentou como “patriota e entusiasta do contragolpe preventivo”, mas reforça que não pretendia “mexer com os brios, dores e sentimentos daqueles que se dizem perseguidos pelas Forças do Estado naquele importante período da nossa história”.
E completa: “Tenho o total direito de expor minha opinião de forma livre”, defende. “Não pretendo fazer revisionismo histórico algum com o meu vídeo. Só tive e tenho a intenção de mostrar a outra face da moeda.”
Confira na íntegra:
https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/04/DECLARAÇÃO-OSMAR-STABILE.pdf
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Entenda o caso
No domingo 31, o canal oficial do Palácio do Planalto no WhatsApp compartilhou um vídeo apócrifo, em que um senhor já idoso defende o golpe militar. “O Exército salvou o Brasil”, diz ele. A razão da ruptura democrática, conforme narra o ator, era necessidade de combater uma revolução comunista que estava prestes a acontecer.
Ele diz ainda que havia um clima de “medo e ameaça” causado por supostos crimes cometidos por comunistas, como sequestros e assassinatos, além de “greves nas fábricas”. E que o movimento que levou os militares a tomarem o poder teria partido da mídia e do “povo de verdade — pais, mães, Igreja”.
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