Política

Governo publica orçamento de 2024 com veto de 5,6 bilhões em emendas de comissão

O veto que atinge as emendas de comissão será analisado pelo Congresso, podendo ser mantido ou derrubado

Governo publica orçamento de 2024 com veto de 5,6 bilhões em emendas de comissão
Governo publica orçamento de 2024 com veto de 5,6 bilhões em emendas de comissão
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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A Lei Orçamentária Anual foi publicada nesta terça-feira 23 na edição do Diário Oficial da União. O presidente Lula (PT) vetou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão, mantendo o montante de R$ 11 bilhões.

Pelo texto aprovado no Congresso Nacional, as emendas ocupariam o total de 16 bilhões no orçamento de 2024.

O governo justificou o veto devido à redução de dotações de despesas primárias que haviam sido programas pelo Poder Executivo durante a tramitação do Orçamento no Congresso Nacional.

“Em que pese a boa intenção do legislador no sentido de direcionar recursos a áreas de legítimo interesse das comissões autoras das emendas, e diante da redução supracitada, ficam comprometidas programações relevantes que demandam recomposição, mesmo que parcial, sendo necessário o veto de parte das dotações relativas às emendas”, justificou.

Na segunda-feira 22, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), já havia confirmado o veto.

“Tem uma circunstância no Orçamento — nós todos, o governo e Congresso temos que celebrar — que é o fato de termos tido uma inflação menor. Tendo uma inflação menor, por consequência, nós temos uma previsão de receita menor. Isso impôs a necessidade de alguns aspectos, em especial, termos alguns vetos”, pontuou.

A equipe econômica esperava um aumento de 4,85% no resultado da inflação de 2023, conforme apontado na proposta de Orçamento, o que acabou se reduzindo a uma alta de 4,62%.

As emendas de comissão, conhecidas como RP8, são direcionadas pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado. Elas não são impositivas, ou seja, não existe reserva de recursos no Orçamento para o pagamento delas. Por isso, não costumam ser totalmente executadas. O mecanismo é o meio pelo qual deputados e senadores destinam recursos para seus redutos eleitorais.

O veto que atinge as emendas de comissão será analisado pelo Congresso, podendo ser mantido ou derrubado.

No total, o Orçamento de 2024 ficará em torno de 5,5 trilhões de reais para o pagamento de despesas. A maior parte é dedicada ao refinanciamento da dívida pública.

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