Política
Governo manobra, ganha mais uma vaga e deve ter maioria na CPMI do 8 de Janeiro
Horas antes da leitura do requerimento da CPMI, o senador Randolfe Rodrigues, único representante da Rede na Casa, migrou para o bloco liderado pelo PT


Uma manobra do governo vai possibilitar que parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sejam maioria na comissão mista aberta para investigar a invasão bolsonarista aos prédios dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
A troca representa uma baixa na quantidade de cadeiras que a oposição teria na CPMI.
A mudança de bloco partidário do líder Randolfe Rodrigues (Rede) gerou críticas de integrantes da oposição, que pretendem questionar o cálculo a ser adotado pela presidência do Congresso para definir as vagas da CPMI.
Único senador da Rede, Randolfe integrava, até a manhã desta segunda-feira 26, o bloco formado por MDB, PSD e União Brasil. Pouco antes da leitura do requerimento de instalação da comissão, o parlamentar mudou para o grupo liderado pelo PT.
De acordo com o regimento interno, as vagas das comissões serão definidas com base no tamanho dos blocos – isto é, quando maior o agrupamento, mais cadeiras na CPI.
Com a atual configuração dos grupos de legendas, o Bloco Democracia – para o qual a Rede migrou – terá direito a seis vagas. Logo em seguida, o Bloco Resistência Democrática possui 5 cadeiras. Os blocos Vanguarda (Novo e PL) e o Aliança (PP e Republicanos) terão duas vagas cada.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), prometeu questionar a forma de cálculo das cadeiras à presidência da Casa. O parlamentar defende que a contagem considere a formação dos blocos na segunda quinzena de fevereiro, e não no dia de criação da comissão.
“Existe uma norma de 2006 que rege, inclusive a CMO, que determina que esta formação é em função da composição dos blocos e partidos na segunda quinzena do mês de fevereiro”, disse a jornalistas. “Desta forma, nós teremos 13 membros, e teríamos então os 3 indicados, não apenas dois.”
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