O governo Lula (PT) exonerou nesta terça-feira 24 Paulo Maurício Fortunato, o número 3 da atual direção da Agência Brasileira de Inteligência, e demitiu outros dois integrantes da cúpula do órgão investigados por suspeita de usar irregularmente uma ferramenta de espionagem.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já havia afastado Fortunato do cargo. Agora, a demissão foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Os nomes dos outros dois servidores exonerados ainda não foram divulgados.
Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), período em que o software israelense foi utilizado pela Abin, Fortunato era diretor de Operações de Inteligência. Na gestão Lula, ele foi nomeado pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, para o posto de secretário de Planejamento e Gestão.
Na semana passada, durante uma operação autorizada pelo STF, a Polícia Federal encontrou 171 mil dólares em dinheiro vivo na casa de Paulo Maurício Fortunato.
Com a Operação Última Milha, a PF buscou investigar a utilização indevida, por servidores da Abin, de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial. Um dos presos é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki. Ambos são os suspeitos de coagir os colegas para evitar demissão.
O programa First Mile permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa, conforme revelou o jornal O Globo. A tecnologia localizava aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G.
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