Governo Lula dá menos atenção aos deputados do que deveria, aponta Quaest

Pesquisa mostrou, também, que parlamentares consideram altas as chances do governo aprovar a sua agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (d) e o presidente da Camara dos Deputados, Arthur Lira (e) participam da Cerimônia de posse do novo Ministro do Turismo, Celso Sabino nesta quinta feira, no Palácio do Planalto. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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O governo Lula (PT) dá menos atenção aos deputados federais do que deveria, segundo avaliação majoritária dos próprios congressistas consultados pela Quaest. A avaliação foi apresentada em pesquisa da empresa divulgada nesta quinta-feira 10.

Segundo o levantamento, 67% dos parlamentares ouvidos disseram que o atual governo não lhes dá a devida atenção. Por outro lado, 20% responderam que o governo dá a atenção devida, ao passo que 7% apontaram que o governo do petista dá mais atenção do que deveria. Sobre esse quesito, 6% não souberam ou não responderam.

A avaliação sofre alterações, porém, a depender do espectro ideológico dos parlamentares. Para os congressistas que se dizem de esquerda, 42% responderam que o governo dá menos atenção do que deveria, mas o número dobra (84%) entre os congressistas que se apresentam como sendo de direita. Entre os parlamentares de centro, o percentual captado pela pesquisa ficou em 72%.

Parte importante do vigor político de um governo (ou a falta dele) vem da sua capacidade de fazer valer a sua agenda no Legislativo. Nessa seara, a pesquisa mostrou que, atualmente, 56% dos parlamentares consideram altas as chances de Lula aprovar a sua agenda de governo. Noutro sentido, 37% consideram as chances baixas. Sobre a questão, 6% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

Há vários fatores que contribuem, de maneira positiva e/ou negativa, para que o governo faça valer a sua agenda. Elementos de conjuntura, como apoio popular e a presença de quadros capazes de promover satisfatória articulação política, podem influenciar na questão. Nos últimos anos, porém, o ambiente político brasileiro viu crescer a relevância da liberação de emendas.

Sobre esse tópico, em específico, a pesquisa Quaest mostrou que o fator determinante para o governo aprovar a sua agenda é ser capaz de cumprir acordos com líderes partidários e liberar emendas. Foi o que responderam 40% dos parlamentares ouvidos. Em seguida, 22% responderam que o mais importante é ouvir sugestões às propostas antes de apresentá-las. 


Ter boa relação com o presidente da Casa e obter apoio popular para as suas propostas foram elementos importantes apontados, cada um, por 15% dos parlamentares.

Por fim, os congressistas parecem relativamente satisfeitos com a influência que possuem sobre o Orçamento. Quando perguntados como avaliavam a influência deles próprios sobre a questão, 40% disseram que têm a influência devida. O número não é tão distante daquele que representa os parlamentares que acham que têm menos influência do que deveriam (35%). Sobre o tema, 18% disseram que têm menos influência do que deveriam.

A pesquisa Quest realizou 185 entrevistas, de maneira presencial e virtual, com deputados. O levantamento foi feito entre 13 de julho e 6 de agosto. A pesquisa tem margem de erro de 4,8 pontos percentuais.

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