Política

Governo já liberou R$ 60 milhões para áreas atingidas pela chuva em São Paulo, diz ministro

Até agora, há 49 mortes confirmadas em decorrência das chuvas históricas que atingiram a região

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Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e dos Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciaram nesta quinta-feira 23 novas medidas destinadas às cidades atingidas pelas chuvas no litoral norte de São Paulo.

Góes destacou a chegada de um navio da Marinha com um hospital de campanha, além de helicópteros e embarcações menores para ajudar na busca por sobreviventes. Segundo ele, a Marinha está preparada para agir na área, com mais de mil homens e mulheres deslocados para auxiliar nas buscas e nas desobstruções de vias.

O governo federal já destinou ao menos 60 milhões de reais, entre gastos operacionais e auxílio humanitário, de acordo com o ministro. A gestão Lula aguarda, agora, a elaboração de planos por parte dos municípios afetados para a construção de novas moradias e a retirada de moradores de locais de risco.

“A gente fala de despesas que temos com Exército, Marinha, Defesa Civil, o que foi viabilizado pelo Ministério da Economia, via Receita Federal”, explicou Waldez Góes. Nos próximos dias, mais recursos devem ser liberados para Defesa Civil.

Questionado a respeito dos avisos sobre os riscos de desabamentos feitos pelo Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais dias antes das chuvas, o ministro da Integração afirmou haver nos últimos anos um “descompasso com relação à prevenção dos desastres”.

“Quanto mais se sabe sobre os desastres, mais se tem desdobramento de políticas públicas. Nós temos, pelo levantamento do Ministério de Minas e Energia, aproximadamente 14 mil pontos no Brasil de alto risco de escorregamento de encostas. Isso não se resolve do dia para a noite, mas aos poucos vamos chegando lá”, declarou.

Segundo Góes, porém, “apenas os alertas não dão conta”.

“Uma das coisas que nós vamos incentivar com os governos estaduais é estruturar e instituir sistemas de alertas locais. Mas não basta só o sistema, é preciso ter uma conscientização da comunidade.”

O ministro ainda criticou a falta de investimentos sob o governo de Jair Bolsonaro e avaliou que a retomada do convênio para obras de contenção de encostas em comunidades sob riscos é fundamental para evitar novos desastres.

“Hoje, temos mais de 4 milhões de pessoas vivendo nas encostas. Retomar o PAC Encostas é fundamental. Quando eu cheguei no ministério, tinha um contrato de 1,6 bilhão de reais e só tinha uma dotação para este ano de 2,8 milhões de reais. O presidente Lula já corrigiu isso”, acrescentou Góes. Segundo ele, o programa Minha Casa, Minha Vida, retomado pelo governo, poderá ter obras destinadas à população que vive nas áreas de risco.

Na segunda-feira 20, Lula esteve na região e pediu que não sejam mais construídas casas nas encostas dos morros, a fim de prevenir novas tragédias. O petista ainda solicitou que a prefeitura de São Sebastião indique terrenos seguros para a construção de moradias.

Em coletiva de imprensa nesta quinta, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), afirmou já haver uma área reservada na Vila Sahy, região mais atingida pelas chuvas, para receber cerca de 180 unidades de moradias populares.

Outra área, destinada a 280 unidades, seria disponibilizada no bairro de Maresias, além de uma no bairro da Topolândia, para mais cerca de 180 unidades.

Há 49 mortes confirmadas em decorrência das chuvas históricas que atingiram a região. Ao todo, 38 vítimas já foram identificadas, sendo 13 homens, 12 mulheres e 13 crianças. Outras 36 pessoas ainda estão desaparecidas.

O total de pessoas desabrigadas ou desalojadas chegou a mais de 3,5 mil.

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