Política

Governo Bolsonaro já puniu ou demitiu 18 delegados da PF em ações de retaliação, diz site

Bolsonaro já foi denunciado e é alvo de investigação por interferências ilegais na Polícia Federal

Governo Bolsonaro já puniu ou demitiu 18 delegados da PF em ações de retaliação, diz site
Governo Bolsonaro já puniu ou demitiu 18 delegados da PF em ações de retaliação, diz site
Foto: Marcos Corrêa/PR
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O governo de Jair Bolsonaro já puniu ou demitiu 18 delegados da Polícia Federal por não terem agido de acordo com a cartilha bolsonarista, protegendo aliados e filhos do presidente. A informação foi revelada por Guilherme Amado, no site Metrópoles, neste sábado 13.

A última punida por não atender diretamente os interesses de Jair Bolsonaro foi Silvia Amélia da Fonseca, demitida nesta semana da coordenação do DRCI por encaminhar o processo de extradição do blogueiro Allan dos Santos aos Estados Unidos.

O ‘recorde’ de punições está no Rio de Janeiro, justamente local em que Moro denunciou a tentativa de interferência de Bolsonaro antes de deixar o governo federal.

No estado, foram afastados os delegados Ricardo Saadi, Maurício Valeixo e Rolando de Souza. Saadi era superintendente da PF no Rio, Valeixo era o diretor-geral e Rolando foi quem substituiu Valeixo. As mudanças são apontadas como uma tentativa de blindar os filhos, nomeando aliados para coordenar a equipe no estado onde eles eram alvos de investigações.

No mesmo caso, o delegado Filipe Leal teria sido também afastado. A demissão de Leal ocorreu já com a denúncia de interferência em andamento, era ele o responsável pelo caso e foi demitido após questionar a cúpula da instituição sobre a atuação do presidente.

No Distrito Federal, o delegado da PF Hugo Correia também sofreu retaliações após avançar em casos envolvendo aliados bolsonaristas. Já Franco Perazzoni nem chegou a ocupar o cargo, seu nome foi vetado antes mesmo de ir ao DF para chefiar a divisão de crimes organizados. O veto teria ocorrido logo após o agente negar acesso à cúpula da PF ao inquérito contra o ex-ministro Ricardo Salles.

Inquéritos contra o ministro também renderam retaliações aos delegados Alexandre Saraiva, Thiago Leão, Max Eduardo Pinheiro e Rubens Lopes da Silva. Todos os nomes avançaram em investigações contra o ministro bolsonarista e foram punidos ou afastados.

Na lista há ainda os delegados Bernardo Guidali Amaral, que tentou investigar Dias Toffoli; Rodrigo Fernandes, que comandou a investigação sobre a facada em Bolsonaro e concluiu que o ato não era um conluio da esquerda contra o presidente; Graziela Costa e Silva, que liderou um abaixo-assinado em apoio ao colega Felipe Leal; Carla Patrícia Cintra Barros da Cunha, por supostamente ter ligações com o PSB; Daniel Grangeiro, por investigar aliados bolsonaristas, como Arthur Lira e Humberto Martins, do STJ; e Antonio Marcos Lourenço Teixeira, que comandou a segurança do presidente nas eleições em 2018, mas virou desafeto por discordância nas ações com outros agentes.

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