Política

Governadores do Nordeste saem em defesa do decreto de Lula sobre uso da força policial

Trata-se, na prática, de um contraponto à reação de governadores de direita do Sul e do Sudeste

Governadores do Nordeste saem em defesa do decreto de Lula sobre uso da força policial
Governadores do Nordeste saem em defesa do decreto de Lula sobre uso da força policial
O presidente Lula, o ministro Ricardo Lewandowski e a primeira-dama Janja da Silva. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Os governadores do Consórcio Nordeste publicaram neste domingo 29 uma nota em apoio ao decreto editado pelo presidente Lula (PT) na véspera de Natal para restringir o uso de armas por policiais em abordagens.

Trata-se, na prática, de um contraponto à reação de governadores de direita do Sul e do Sudeste. Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Júnior (Paraná) pediram a revogação do decreto, sob a alegação de que o Palácio do Planalto invadiu uma área definida pelos estados.

Para os chefes de Executivo nordestinos, contudo, o texto não altera a autonomia dos estados ou as normativas já estabelecidas. “Ao contrário, ele reafirma a centralidade da prudência, do equilíbrio e do bom senso no exercício da atividade policial.”

“Além disso, sublinha a necessidade de constante modernização das técnicas de atuação, promovendo mais segurança tanto para os profissionais quanto para a sociedade, sempre com a preservação da vida como prioridade absoluta.”

Assinam a nota: 

  • Fátima Bezerra (PT): Rio Grande do Norte;
  • Paulo Dantas (MDB): Alagoas
  • Jerônimo Rodrigues (PT): – Bahia
  • Elmano de Freitas (PT): Ceará
  • Carlos Brandão (PSB): Maranhão
  • Rafael Fonteles (PT): Piauí
  • Raquel Lyra (PSDB): Pernambuco
  • João Azevedo (PSB): Paraíba
  • Fábio Mitidieri (PSD): Sergipe

O decreto de Lula fixa diretrizes sobre o uso gradativo de armas para evitar a violência policial.

O uso de armas de fogo deve ocorrer como “último recurso”, quando táticas de “menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos”.

A medida também prevê que as ações policiais não deverão discriminar pessoas em razão de cor, raça, etnia, orientação sexual, idioma, religião e opinião política.

Em até 90 dias, o Ministério da Justiça editará uma portaria para detalhar os procedimentos. A pasta também projeta treinamento para os profissionais de segurança pública.

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