Política

Governador em exercício do Rio recebia propina em projeto social, diz delator

Ao MP, empresário ainda afirmou que Castro ‘auferia vantagens políticas’ com projeto

O governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (Foto: CARLOS MAGNO/GOVERNO DO RJ)
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Um delator afirmou, em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), recebia propinas quando exercia o cargo de vereador.

A citação ao governador em exercício veio de Bruno Selem, empresário envolvido no esquema investigado pela Operação Catarata, que mira supostos desvios em contratos de assistência social no governo do estado e na Prefeitura do Rio. Selem foi preso na primeira fase da operação, deflagrada em 2019.

Essa menção a Castro consta da denúncia que levou à prisão nesta sexta-feira 11, entre outros, o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, e a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-deputado Roberto Jefferson. As prisões ocorreram no âmbito da segunda fase da Operação Catarata.

Ao MP, Selem afirmou que o governador em exercício “recebia propinas e auferia vantagens políticas com o projeto Qualimóvel municipal”. O empresário ainda declarou que participou de reuniões com Castro, Fernandes e outros investigados em que “falavam também de acertos de propinas, faziam contas”.

De acordo com o depoimento, um assessor de Cláudio Castro orientava Bruno “para que o projeto Qualimóvel municipal fosse realizado em determinadas paróquias religiosas a pedido do vereador Cláudio Castro”. Nesse trecho do depoimento anexado à denúncia do MP consta, ainda, “que Cláudio Castro tinha o apelido de gago; recebia propinas e vantagens políticas com o projeto Qualimóvel municipal”.

O Ministério Público esclarece, porém, que, “na presente peça acusatória”, Claudio Castro “não figura como denunciado, não lhe sendo imputada a prática de qualquer crime”. Essa parte do depoimento de Selem foi encaminhada para análise do procurador-geral de Justiça, José Eduardo Gussem, devido a prerrogativa de foro.

Em nota enviada ao jornal O Globo, o governo do estado afirmou que Castro “não é objeto desta investigação”. Leia a íntegra da nota:

“O governador em exercício Cláudio Castro não é objeto desta investigação. O próprio Ministério Público esclarece, na página 35 da denúncia, que: ‘na presente peça acusatória, o ex-vereador Cláudio Castro não figura como denunciado, não lhe sendo imputada a prática de qualquer crime’; Sobre a indicação de locais para receber projetos sociais, cabe ressaltar que é papel do vereador fiscalizar atos da prefeitura e reivindicar políticas públicas e serviços para a população, mantendo relação natural com seu segmento.”

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