Política

Governador do Pará defende ‘manifesto público’ de Lula ao agro e a religiosos

Em entrevista a CartaCapital, Helder Barbalho (MDB) também se mostrou a favor da escolha de ‘fiadores’; uma versão de carta ao agro já foi escrita

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Foto: Reprodução
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O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), defendeu a divulgação de um “manifesto público” pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao agronegócio e aos religiosos, para diminuir a resistência desses setores a ele.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta sexta-feira 7, Barbalho foi questionado sobre a importância da publicação de uma carta dirigida ao agro e aos evangélicos.

Em resposta, afirmou ser “relevante” que Lula faça uma “manifestação direta”, “demonstrando claramente quais são as bases de um próximo governo, sejam de valores religiosos, sejam de estratégias para o agro”.

Segundo ele, a clareza do conteúdo serve para “trazer segurança e sinalizar a esses segmentos que colocam dúvida”.

Além disso, Barbalho defendeu a escolha de nomes para “serem embaixadores e fiadores desse processo”.

“Eu tive a oportunidade, quando encontrei o presidente Lula nesta semana, de manifestar a ele a minha preocupação e a importância de ele trazer figuras que foram colaboradoras do seu governo, particularmente voltadas à atividade do agro, para fazerem essa ponte”, declarou o governador. Na sequência, sugeriu o nome do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e do ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi.

Barbalho frisou que o gesto tem importância “não apenas sob o olhar de quem quer conquistar o voto”, mas também “sob o olhar de quem quer governar o Brasil”. Para ele, o ato ao agronegócio ajudaria, também, a diluir a pauta do armamento.

O agro deseja segurança jurídica, segurança de propriedade, acesso ao crédito, redução do custo de produção“, afirmou. “É um ambiente que não pode ficar na pauta do armamento. Não é isso que o produtor rural tem como prioridade. Inclusive, até mesmo a respeito disso, Lula já sinaliza ser favorável a uma quantidade restrita, mas legitimando esse anseio de manutenção do direito de um produtor rural ter uma, duas posses de arma, para a sua segurança na atividade rural.”

Com a defesa de um manifesto público ao agronegócio e aos religiosos, Barbalho se soma ao senador Renan Calheiros (MDB-AL). A ex-ministra Kátia Abreu (PP-TO) também mostrou simpatia pelo gesto ao agro.

Barbalho compareceu na quarta-feira 5 a uma reunião de Lula com governadores e parlamentares que apoiam a sua candidatura. O ato foi um contra-ataque ao apoio de governadores dos três maiores colégios eleitorais do Brasil a Bolsonaro (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). O governador do Pará foi destaque no encontro, por ser uma figura relevante do MDB e ter sido reeleito com o maior percentual de votos do País no primeiro turno.

Conforme mostrou CartaCapital, uma versão para a carta ao agronegócio já foi escrita, segundo um integrante do núcleo duro da campanha que articulou a medida. Parte da coordenação política tenta convencer Lula a divulgar um documento com compromissos, que já tem uma redação, mas o ex-presidente recebe a ideia com incômodo. Com a rejeição do petista, o texto está na geladeira, mas ainda pode ser aproveitado.

A carta aos evangélicos também é uma reivindicação de parte dos aliados de Lula, como André Ceciliano (PT), que receberá o ex-presidente no Rio de Janeiro na semana que vem, em um evento com pastores. O ex-candidato a senador disse que a ideia da carta tem amadurecido.

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