Governador afastado do Tocantins é alvo de nova operação da PF

O governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira 12, após acusação de tentativa de impedir investigações sobre uma organização criminosa que teria desviado recursos públicos na pandemia de Covid-19 – caso que levou ao afastamento dele do cargo, em setembro.

Segundo a PF, os recursos desviados foram usados para pagamento a empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas no período de lockdown. Na operação desta terça, são cumpridos mais de 20 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Palmas na cidade vizinha de Santa Tereza do Tocantins.

Em nota à imprensa, Barbosa, que tenta na Justiça voltar a assumir o governo, afirma que “recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal no momento em que aumenta a expectativa pelo julgamento do Habeas Corpus que pode devolvê-lo ao cargo. Ao mesmo tempo, reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na justiça e nas instituições”.

A PF informou que no dia 3 de setembro, quando aconteceu a operação que tirou o governador do cargo, foram encontrados indícios de que veículos oficiais foram usados por pessoas investigadas para retirar e transportar documentos e outros materiais de interesse, o que atrapalhou as investigações.

“As ações de hoje buscam interromper as ações criminosas voltadas à destruição e ocultação de provas e de ativos e reunir novos elementos que contribuam para esclarecer os fatos, especialmente sobre a participação dos suspeitos e a possível atuação de outros agentes até então não identificados”, destacou a PF em nota.

A esposa de Barbosa, Karynne Sotero Campos, que ocupava o cargo de secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada do cargo na ocasião e, assim como o marido, nega atividades ilícitas.