Gleisi: ‘Se depender de mim, Lula será o nosso candidato, o candidato do povo’

'Estamos muito felizes com a decisão, porque justiça para Lula é esperança para o Brasil', disse a presidenta do PT a CartaCapital

Foto: Ricardo Stuckert

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A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), celebrou nesta sexta-feira 16 a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular todas as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato e declarar a incompetência da Justiça Federal em Curitiba nos processos contra o petista. O desfecho do caso restitui os direitos políticos a Lula.

A tese predominante na Corte é de que as condutas atribuídas ao ex-presidente não tinham relação apenas com a Petrobras e, por isso, não deveriam ser analisadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, cuja competência valia apenas para casos ligados diretamente à petroleira.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, transmitido pelo canal?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> de CartaCapital no YouTube, Gleisi afirmou que se trata de “um marco histórico”. Ela também lembrou que o argumento utilizado pelos ministros do STF se baseia no “primeiro pedido que a defesa fez quando Lula começou a ser processado”, ainda em 2016.

 

“Estamos muito felizes com a decisão, porque justiça para Lula é esperança para o Brasil”.

 


A decisão do STF tem um impacto político direto: com os direitos retomados, Lula pode ser candidato à Presidência da República em 2022. Segundo Gleisi Hoffmann, no entanto, o martelo ainda não foi batido.

“Não conversamos isso ainda com o presidente Lula, nem ele conversou conosco. É claro que, se depender da minha vontade, é o nosso candidato, o candidato do povo, o candidato que tem condições de trazer a esperança para o Brasil. Mas vamos conversar sobre isso no momento certo”, ponderou.

Para a deputada, independentemente da decisão de Lula de concorrer ao Palácio do Planalto no ano que vem, as eleições de 2022 serão “livres, o que não ocorreu em 2018, quando Lula foi retirado do processo eleitoral por uma decisão judicial arbitrária, ilegal e injusta. Então, ter o processo eleitoral livre – o presidente querendo participar dele ou não – é um ganho muito grande para a democracia brasileira”.

A exemplo de Pedro Serrano, jurista e professor de direito constitucional, Gleisi teme o desenrolar de um ponto deixado aberto pelo STF na sessão de quinta-feira: o reconhecimento da parcialidade de Moro, já oficializado pela Segunda Turma da Corte em março. O ministro Edson Fachin tenta emplacar a tese de que, ao declarar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, o STF “prejudicaria” o habeas corpus da suspeição.

“Além de a suspeição preceder a incompetência, ela já foi decidia pela Segunda Turma. E no STF não existe nível hierárquico de recurso. Espero sinceramente que não tenha nenhuma novidade em relação a isso e que o Supremo mantenha a decisão da Segunda Turma. Do contrário, de novo teremos que revisitar o discurso do ministro Lewandowski, de que o processo do Lula tem foto e nome na capa, e não número”, completou.

Assista à entrevista na íntegra:

 

 

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