Justiça

Gleisi reage a críticas de Alcolumbre e nega ‘fisiologismo’ entre Planalto e Senado

Ministra afirma ter ‘o mais alto respeito’ pelo presidente do Senado e diz que governo ‘repele tais insinuações’ após nova escalada na crise envolvendo a indicação de Jorge Messias ao STF

Gleisi reage a críticas de Alcolumbre e nega ‘fisiologismo’ entre Planalto e Senado
Gleisi reage a críticas de Alcolumbre e nega ‘fisiologismo’ entre Planalto e Senado
28/08/25 - Ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (UNIÃO/AP) Durante Posse dos novos Diretores das Agências reguladoras. Palácio do Planalto, Brasília – DF. Foto: Gil Ferreira/SRI-PR
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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu no domingo 30 à nota divulgada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que acusou setores do governo Lula (PT) de tentar associar divergências entre os Poderes a negociações de cargos e emendas. O senador também reclamou da acusação de que estaria interferindo no cronograma da sabatina de Jorge Messias, indicado ao Supremo Tribunal Federal.

Em nota publicada nas redes sociais, Gleisi buscou distensionar o conflito e afirmou que o governo mantém relação institucional baseada em respeito. “Temos pelo senador Davi Alcolumbre o mais alto respeito e reconhecimento”, declarou. Ela também afirmou que o Executivo “jamais consideraria rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a qualquer espécie de fisiologismo ou negociações de cargos e emendas”. Segundo a ministra, “o governo repele tais insinuações, da mesma forma que fez o presidente do Senado […], por serem ofensivas à verdade, a ambas as instituições e a seus dirigentes”.

A resposta ocorreu após Alcolumbre criticar a demora do Palácio do Planalto em enviar ao Senado a mensagem formalizando a indicação de Messias, escolhido por Lula em 20 de novembro. Para o presidente do Senado, a ausência do documento “parece buscar interferir indevidamente” no calendário da Casa, que marcou a sabatina para 10 de dezembro.

Gleisi mencionou o histórico recente de indicações submetidas ao Congresso para defender que não há tentativa de pressionar o Senado. Segundo ela, “o critério de mútuo respeito institucional presidiu a indicação pelo governo e apreciação pelo Senado Federal de dois dos atuais ministros do STF, do procurador-geral da República, em duas ocasiões, e de diretores do Banco Central e agências reguladoras”. A ministra afirmou ainda que “todos esses processos transcorreram com transparência e lealdade de ambas as partes”.

O impasse se intensificou após Alcolumbre contestar publicamente a atuação do Executivo, em um momento em que o governo tenta consolidar apoio a Messias, cuja aprovação enfrenta resistências no Senado. A escolha do presidente Lula contrariou a preferência de Alcolumbre pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Enquanto o Planalto avalia adiar o envio da mensagem para evitar uma derrota, o Senado sustenta que o prazo para a sabatina é coerente com indicações anteriores e que cabe exclusivamente à Casa definir seu cronograma.

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