CartaExpressa
Gleisi, Motta, Lewandowski e Derrite se reúnem antes de votação do PL Antifacção
Governo aguarda a quinta versão do relatório para decidir apoio; líderes partidários discutirão tema às 14h30
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o relator do PL Antifacção, Guilherme Derrite (PP-SP), se reunirão na manhã desta terça-feira 18 para debater pontos a serem mudados no texto. O encontro ocorre horas antes da sessão da Câmara que pretende votar a matéria.
Apesar das quatro versões apresentadas pelo relator, o texto segue com divergências abertas. O Planalto condiciona seu apoio à apresentação de uma quinta versão do substitutivo, prometida por Motta após críticas de Gleisi e da equipe do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para o governo, ainda há pontos sensíveis que precisam ser ajustados, especialmente a definição de facção criminosa, o novo tipo penal criado no relatório, o perdimento extraordinário de bens e a destinação de recursos apreendidos para os fundos de segurança que financiam a Polícia Federal.
A reunião ocorre depois de sucessivas revisões feitas por Derrite e de conversas mantidas por Gleisi com Motta desde a noite de segunda-feira 17. Embora o presidente da Câmara tenha reafirmado que o texto será votado nesta terça, o governo sinaliza que só apoiará a proposta se a nova versão incorporar as alterações defendidas por sua equipe técnica.
Antes da votação, líderes partidários farão uma rodada de debates às 14h30, na Câmara, para avaliar o teor do novo relatório e medir o ambiente no plenário. A expectativa é que a reunião defina se o projeto avançará com apoio da base ou enfrentará resistência durante a sessão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Gleisi nega acordo e diz que governo espera nova versão do PL Antifacção
Por CartaCapital
As alternativas do governo Lula para o PL Antifacção, segundo Lewandowski
Por Maiara Marinho