O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, anulou as provas envolvendo Arthur Lira (PP-AL) no caso dos supostos desvios na aquisição de kits de robótica por prefeituras de Alagoas. O inquérito mira aliados do presidente da Câmara.
Gilmar seguiu um pedido da Procuradoria-Geral da República. Para o órgão, existem indícios da relação do deputado com os fatos investigados, razão pela qual a apuração deveria ter começado no STF – Lira tem direito a foro por prerrogativa de função.
A decisão do ministro, tomada nesta quinta-feira 10, também retira do plenário virtual do STF a análise do caso. O julgamento na Segunda Turma começaria nesta sexta-feira 11.
A ordem derruba provas obtidas na Operação Hefesto, a exemplo de documentos que indicam menções a Lira, a apreensão de dinheiro vivo e filmagens de entregas de dinheiro a um ex-assessor do deputado.
Em 6 de julho, Gilmar já havia determinado a suspensão da investigação na Hefesto, um dia depois de o caso deixar a Justiça Federal de Alagoas e chegar ao STF, diante de possíveis citações a Lira.
As investigações começaram em 2022, após uma reportagem da Folha de S. Paulo revelar que a contratação de kits de aulas de robótica para escolas públicas de Alagoas teria sido superfaturada. A PF descobriu que a fornecedora do equipamento chegou a cobrar de uma prefeitura 14 mil reais pelo produto após comprá-lo por 2.700 em São Paulo.
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