Política

General Santos Cruz critica atos em frente a quartéis e diz que ‘não há risco de golpe militar’

Ex-ministro de Bolsonaro diz que a ideia de militares como salvadores da Pátria foi incentivada pelo ex-capitão para manipular a população

O General Santos Cruz. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira 3 que os integrantes das Forças Armadas não são salvadores da Pátria e que essa foi uma ideia incentivada pelo presidente.

“Ir na frente dos quartéis é um problema de manipulação da população, com a ideia de que precisamos de uma intervenção militar para salvar o Brasil. É uma ideia que o governo vem tentando, ao se confundir com a instituição militar, desde o início do governo falando ‘minhas Forças Armadas’, ‘meu Exército’. Isso vai criando um ambiente em que Forças Armadas são a salvação. E não são. Salvação é o povo e suas instituições”, apontou Santos Cruz em entrevista ao UOL.

Para ele, os atos antidemocráticos que acontecem no País desde domingo 30, após o anúncio do resultado eleitoral, foram incentivados pelas fake news produzidas ao longo do governo Bolsonaro. Apesar disso, o general da reserva avalia que os militares não promoveriam uma intervenção federal, como “exigido” por manifestantes golpistas. 

“Não há risco nenhum de golpe militar. Não tenho contato hoje, mas estou falando pela experiência que tenho no Exército. Os comandantes são pessoas preparadas, filtradas, passaram por processo seletivo. Eles não vão tomar uma atitude fora da constituição e desrespeitar o resultado de uma eleição em que maioria do povo brasileiro fez sua opção.”

Santos Cruz também declarou que “problemas comportamentais” de Bolsonaro teriam contribuído para a vitória de Lula (PT). 

“Se ele fizesse um governo razoável, teria mais chances de ser reeleito”, disse o ex-ministro. “Se você multiplicar o número de mortos na pandemia por pessoas da família que tiveram que escutar coisas inaceitáveis, vai ver que só nesse item já tem mais que a diferença de votos.”

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