Justiça
Último a votar, Fux segue Barroso e rejeita pedido para anular a investigação do golpe
Habeas corpus protocolado por um advogado do Rio de Janeiro foi rejeitado pelos 11 ministros do STF


Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal votaram por rejeitar um habeas corpus que buscava anular a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e revogar todas as medidas cautelares impostas aos alvos da apuração.
O ministro Luiz Fux foi o último a votar, faltando pouco mais de 1 hora para o fim do prazo para o julgamento no plenário virtual. A Corte deve encerrar a análise às 23h59 desta sexta-feira 19.
O HC não partiu de qualquer réu no processo, mas de um advogado do Rio de Janeiro. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, rejeitou a solicitação em 15 de agosto, mas o autor recorreu. Agora, o plenário julga se confirma ou reverte a ordem individual.
Em seu voto, Barroso reforçou a decisão original e assinalou ser incabível um HC contra ato de ministro, de uma das duas turmas ou do plenário.
“O Supremo Tribunal Federal entendeu que esse remédio constitucional não é cabível contra atos jurisdicionais da própria Corte, que são passíveis de recurso o âmbito do processo em que proferidos”, sustenta Barroso.
O argumento central do HC é que o STF seria incompetente para julgar o processo, “de modo que deve ser concedida, liminarmente, a ordem de habeas corpus para declarar nula a referida ação penal e revogar todas as medidas cautelares nela impostas aos pacientes, quer sejam prisão preventiva ou quaisquer outras medidas cautelares”.
Ao julgar o núcleo crucial da trama golpista, a maioria da Primeira Turma reafirmou a competência do Supremo no caso — isolando Fux, único a defender que o processo descesse à primeira instância. Em 11 de setembro, o colegiado condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus.
Nesta sexta, no entanto, Fux optou por acompanhar os colegas de Corte no entendimento de que o julgamento da trama golpista deve seguir no STF. Ele não inseriu no sistema virtual explicações para o seu voto.
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