Política

Frente Nacional de Prefeitos reforça pressão pela demissão de Araújo: ‘Política externa desastrosa’

O chanceler bolsonarista ‘já apresentou um leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas’, diz a FNP

O chanceler Ernesto Araújo. Foto: Evaristo Sá/AFP Araújo, vamos acabar com tudo isso aí, talkey? (Foto: Evaristo Sá/AFP)
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A Frente Nacional de Prefeitos se manifestou nesta sexta-feira 26 a favor da demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que “já apresentou um leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas”.

Cresceu nos últimos dias a pressão pela saída do chanceler, considerado um obstáculo ao enfrentamento da pandemia. Em sessão no Senado na última quarta-feira 24, à qual compareceu para tentar explicar as ações do Itamaraty para viabilizar a compra de vacinas, Araújo ouviu duras críticas de parlamentares.

Na quinta e na sexta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também criticou a condução da política externa brasileira e afirmou que ela “precisa ser aprimorada”. O tom da gestão Araújo, para Pacheco, é a falta de diplomacia.

O chanceler já havia sido alvo de duras cobranças do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), durante reunião no Palácio do Alvorada no mesmo dia da sessão no Senado.

Para a Frente Nacional de Prefeitos, a política externa sob Jair Bolsonaro e Araújo é “desastrosa”. Eis a íntegra da nota da FNP:

O cenário de enfrentamento à pandemia da COVID-19 tomou contornos catastróficos no país. O desenho de tragédia está estabelecido, há insuficiência de doses de vacinas, aumento incontrolado de novas variantes do vírus, falta de leitos, escassez de oxigênio e medicamentos, além de uma diplomacia que tem cometido repetidos desatinos, em um momento no qual o apoio internacional é indispensável.

O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, já apresentou um leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas. Agora, veio à tona sua postura contrária ao ingresso do Brasil no consórcio global Covax Facility, que entregou um milhão de doses de vacina AstraZeneca/Oxford em 21 de março e ainda deverá entregar outras 41 milhões. Forçoso destacar que o país poderia ter optado, neste arranjo multilateral liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pela compra de 168 milhões de doses, quatro vezes mais do que o contratado.

Ocorre que neste momento de pandemia não há espaço para o que vem sendo relevado desde a posse do atual Ministro. Diante disso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) registra sua apreensão e preocupação com esse contexto. Clama, portanto, para que o governo federal assuma sua responsabilidade, substitua o Ministro e reverta a política externa desastrosa que vem adotando. É premente a necessidade de medidas tempestivas para tentar recuperar a imagem do país no exterior, sob pena de comprometer, ainda mais, a inescapável e urgente aquisição de vacinas contra o coronavírus.

Brasília, 26 de março de 2021.

Frente Nacional de Prefeitos

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