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Aumenta pressão para que Bolsonaro demita Ernesto Araújo
Ministro das Relações Exteriores teria boicotado a entrada do Brasil no consórcio Covax Facility, que distribui vacinas contra a Covid-19
Parlamentares do Centrão e da oposição manifestaram publicamente nos últimos dias o desejo de que o presidente Jair Bolsonaro exonere o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
Na quarta-feira 24, durante sessão para esclarecer as ações do governo federal em relação à compra de vacinas contra Covid-19, senadores pediram que o chanceler pedisse demissão do cargo.
“O senhor não tem mais condições de ficar no Ministério das Relações Exteriores. E não é para criar uma crise [a sua saída], é para solucionar”, afirmou Tasso Jereissati (PSDB-CE).
“Confesso que me senti um tanto quanto desrespeitado no Senado Federal. Nunca presenciei uma apresentação tão confusa, sem saber construir uma frase com sujeito, verbo e objeto. Não respondeu as perguntas. Citei vários exemplos de atitudes do senhor contra o Brasil: ofendeu o governo chinês, deixou o governo Trump interferir no processo de aquisição de vacinas junto à Rússia, visitou Israel com gastos exorbitantes aos cofres públicos para tratar de um medicamento sem nenhuma comprovação científica”, disse Fabiano Contarato (Rede-ES).
“O senhor realmente cursou o Instituto Rio Branco? Sua fala não me parece diplomática, porque, ao invés de o senhor pedir desculpas para o embaixador da China, o senhor defende quem o ofendeu. Não percebe que isso pode dificultar ainda mais a aquisição de vacinas?”, acrescentou o senador.
Araújo já havia sido alvo de duras cobranças do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), durante reunião no Palácio do Alvorada no mesmo dia da sessão no Senado.
Uma outra descoberta torna ainda mais dramática a situação do chanceler. De acordo com o jornalista Guilherme Amado, da revista Época, o ministro não queria que o Brasil integrasse o consórcio global Covax Facility, que entregou um milhão de doses de vacina AstraZeneca/Oxford em 21 de março e ainda entregará outras 41 milhões.
Segundo a publicação, a resistência de Araújo, ainda em 2020, era porque via na aliança um fortalecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), naquele momento atacada por Donald Trump e criticada também por bolsonaristas.
O chanceler só teria sido convencido quando entrou em campo a embaixadora Nazareth Azevêdo, então representante do Brasil para a ONU em Genebra. Ela insistiu longamente com Araújo, explicando que, se não aderisse ao Covax Facility, o Brasil perigava não ter nenhuma vacina.
Durante a semana, deputados e senadores do Centrão e da oposição exigiram a saída de Araújo.
🚨 PRECISA SER DEMITIDO!!! MIN. ERNESTO ARAÚJO FOI CONTRA BRASIL ADERIR AO CONSÓRCIO COVAX/FACILITY! EMBAIXADORA PRECISOU INTERVIR PRA DAR CERTO!
QNTS PESSOAS MAIS TERIAM MORRIDO SEM A VACINAÇÃO INICIAL???
— Jandira Feghali 🇧🇷🚩 (@jandira_feghali) March 26, 2021
Além de ter rejeitado 70 milhões de doses da vacina da Pfizer, o Governo, através do “Ministro” Ernesto Araújo, não queria que o Brasil integrasse o Covax Facility, que entregou 1 milhão de doses da AstraZeneca ao país. A tragédia está enorme, mas a depender deles, seria maior!
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷 (@randolfeap) March 25, 2021
Uma das características mais marcantes da diplomacia brasileira é o respeito à autodeterminação dos povos. O atual chanceler Ernesto Araujo contaminou com ideologia e obscurantismo nossa diplomacia. Segue 👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇👇
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) March 26, 2021
Faço um apelo ao Ministro Barroso que aprecie e defira o pedido de prorrogação de liminar nos autos do HC 184.828-DF para garantir a permanência no Brasil dos 16 membros da Embaixada Venezuelana e suas respectivas famílias.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) March 26, 2021
Ontem, Ernesto Araújo foi à @camaradeputados
gabar-se da gestão que não faz. Afirmou que “o Brasil aderiu logo no início, em setembro” ao Covax Facility e que o “MRE representa o país, desde o começo no consórcio”. Não foi bem assim … https://t.co/4r9fIzV12T— Arlindo Chinaglia (@achinaglia) March 26, 2021
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