Política

Freixo: ‘Fiz mais projeto para defender a polícia do que Bolsonaro fez na vida’

O deputado disse ainda ‘não ter a menor dúvida’ de que o atual presidente será preso em breve

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PSB, o deputado Marcelo Freixo afirmou na segunda-feira 4 que Jair Bolsonaro ‘nunca fez nada pelas polícias’ e que o apoio que recebe da categoria é fruto de uma falsa narrativa criada pelo ex-capitão de que seria um defensor dos profissionais de segurança pública.

De acordo com o deputado, em 30 anos de vida pública, o atual presidente nunca apresentou um projeto em favor dos policiais.

“Eu fiz muito mais projetos para defender a polícia do que Bolsonaro fez na vida e aparece dizendo que defende a polícia, mas não faz p. nenhuma pela polícia em 30 anos. Se utiliza da polícia para fazer discurso de medo e de ódio”, afirmou em entrevista ao canal Flow Podcast.

“E a gente que trabalha com direitos humanos para que a polícia tenha direitos, para que a polícia seja valorizada, para que a polícia não morra, para que a família da polícia tenha assistência, esse imbecil constrói uma narrativa pra dizer que a gente é contra a polícia”, acrescentou Freixo.

Na entrevista, o deputado destacou projetos para beneficiar policiais que fez ao lado de Marielle Franco, vereadora que assassinada em 2018, quando ainda era assessora em seu gabinete. Freixo contou que instaurou atendimentos relacionados aos direitos humanos de policiais diretamente nos batalhões. Os atendimentos eram coordenados pela então assessora.

Para ele, Bolsonaro criou uma mentira de que direitos humanos seriam uma oposição à atuação de policiais, quando na verdade, seriam um complemento.

“No mundo inteiro não existe isso de que direitos humanos protege bandido e de que polícia mata bandido, isso é um negócio primitivo. No mundo todo direitos humanos são para melhorar a qualidade das polícias, um complemento da lei, em que a polícia é garantidora dos direitos, é muito civilizado. É muito óbvio, mas [com Bolsonaro] a gente perdeu o óbvio”, explicou.

Freixo disse ainda considerar que a atuação de Bolsonaro na política não pode ser chamada de polarização com a esquerda, nem ser comparada à atuação de Lula. Segundo disse, o ex-capitão estaria fora do ‘jogo democrático’.

Lula e Fernando Henrique Cardoso tinham uma polarização. PT e PSDB tinham uma polarização, mas era uma polarização republicana. Ter divergências faz parte da política, a democracia só existe se for pra gente ser diferente, mas não pode ter um cara que se pensa diferente, vira inimigo e vai ser eliminado, esse é o problema do Bolsonaro”, destacou.

Para ele, além do atual presidente ter sido um ‘péssimo capitão’ e ‘deputado horroroso’, ‘o clã Bolsonaro’ não pode ser considerado um polo da política por não fazer política, mas sim usar a vida pública para se envolver pessoalmente com crimes.

“O problema dessa família Bolsonaro não é ser de direita, eu tenho amigos de direita, respeito o pensamento liberal, divirjo, mas troco ideias. O que estou dizendo é que Bolsonaro não está no debate liberal, não está no debate republicano, ele está fora disso. Bolsonaro está relacionado à milícia”, disse. “A sua família é absolutamente vinculada à milícia e eu falo aqui como quem investigou a milícia mais do que qualquer um. É uma família que sempre esteve no crime”, completou.

Na conversa, Freixo disse ainda ‘não ter a menor dúvida’ de que o atual presidente será preso em breve, destacando a necessidade de uma frente ampla para superar o ‘bolsonarismo’ que sobrará após sua prisão.

“Essa frente ampla, por isso eu fui pro PSB, é fundamental para governar. Porque o Bolsonaro vai ser preso, não tenho a menor dúvida, mas o bolsonarismo vai continuar, essa polarização vai continuar, essa lógica vai continuar. Para superar isso, tem que ter uma frente ampla”, destacou.

 

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