O grupo Tortura Nunca Mais encaminhou à Ouvidoria de Polícia de São Paulo um pedido de acompanhamento das investigações sobre o incidente que ocorreu durante a visita do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) a Paraisópolis, na capital paulista, em 17 de outubro.
Na ocasião, um homem identificado como Felipe Silva de Lima, de 27 anos, morreu após disparos de arma de fogo. No documento, o grupo lembra que houve versões de ocorrência de tiroteio e até de atentado contra o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo.
Porém, reforça o texto, a Secretaria de Segurança Pública refutou a versão de atentado.
Além disso, a Polícia Civil declarou não ter encontrado nenhuma arma de fogo com o rapaz baleado e morto pelos policiais. O documento diz que “são fortes os indícios de que houve uma execução, e não um confronto ou qualquer tipo de resistência seguida de morte”.
O grupo argumenta não haver comprovação de que homens portavam fuzis no episódio. Afirma ainda não haver transparência para que as imagens das câmeras usadas no fardamento dos policiais fossem reveladas à sociedade.
O pedido destaca também a reportagem do jornal Folha de S. Paulo que diz ter ocorrido uma pressão da equipe do candidato a governador para que um cinegrafista da Jovem Pan apagasse imagens registradas no local.
Além de pedir que a Ouvidoria acompanhe as apurações, a entidade requisitou as imagens das câmeras dos uniformes dos policiais militares e das câmeras próximas ao local.
Em nota nesta terça-feira 25, a campanha de Tarcísio de Freitas chamou o episódio de “traumático” e rebateu acusações de que teria pressionado para que imagens da ocorrência fossem apagadas. O texto da equipe afirma que “nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha” em relação à divulgação dos registros.
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