Floriano Peixoto assumirá Correios para dar sequência à privatização

O general Floriano Peixoto deixou o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, a mando do presidente Jair Bolsonaro (PSL), para assumir o comando dos Correios. A decisão veio a público na quarta-feira 20. A estatal era dirigida pelo general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que teve sua demissão anunciada no café da manhã com jornalistas, realizado em Brasília no dia 14 de junho.

Peixoto terá a tarefa de dar sequência ao projeto de privatização da empresa, que Bolsonaro deseja acelerar. O presidente anterior, Cunha, foi dispensado após o presidente da República acusá-lo publicamente de agir como “sindicalista”. No dia 5 de junho, o general demitido esteve no Congresso Nacional e teceu críticas ao processo de privatização dos Correios. Segundo ele, o lucro da empresa ficará com a iniciativa privada, e os brasileiros arcarão com os custos.

A derrubada do general faz parte de uma sucessão de degolas ideológicas por parte do governo Bolsonaro. No dia 11 de junho, caiu o general Franklimberg Ribeiro de Freitas, que liderava a Fundação Nacional do Índio (Funai). O militar era contra privilegiar fazendeiros em questões indígenas. “O presidente está muito mal assessorado”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

Outra fritura foi a de Carlos Alberto dos Santos Cruz, general do Exército que atuava na Secretaria de Governo. Além de receber seguidos ataques do filho do presidente, Carlos Bolsonaro, e do escritor Olavo de Carvalho, ele também disputava as decisões sobre o uso da verba de publicidade federal.

Quem também teve a cabeça a prêmio foi o economista Joaquim Levy, que pediu baixa do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) após Bolsonaro demonstrar desagrado com seu trabalho. O presidente se irritou depois que Levy indicou, ao cargo da diretoria de Mercado de Capitais, um executivo que já havia trabalhado em gestões petistas.