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Flávio Bolsonaro tenta acordo na Justiça após violar direito de funcionária grávida em loja de chocolates

Senador se comprometeu a pagar 30 mil reais e regularizar a situação da funcionária, mantida sem registro e demitida enquanto estava grávida

O senador Flávio Bolsonaro. Foto: Reprodução
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O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) fechou um acordo na Justiça após violar direitos de uma funcionária grávida que trabalhava em sua loja de chocolates, investigada por lavagem de dinheiro. O filho do presidente teria mantido a mulher sem registro em carteira e não recolheu contribuições como FGTS e INSS, além de demitir a trabalhadora sem justa causa durante uma gravidez.

As informações constam em documentos de uma ação trabalhista movida pela jovem no início deste ano. Os detalhes foram revelados pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira 15.

Segundo a documentação, Flávio Bolsonaro e o sócio Alexandre Santini se comprometeram a pagar 30 mil reais para a funcionária Bianca de Lima Gomes Loureiro, além de regularizar as pendências trabalhistas indicadas no processo. O acordo ainda precisa ser aprovado pela Justiça, que ainda não se pronunciou sobre o tema.

Bianca foi contratada em fevereiro de 2020 e demitida em novembro do mesmo ano, mesmo tendo informado que estava grávida. Além do não cumprimento dos direitos, a jovem ainda alegou ter acumulado funções na loja, recebendo um ‘comissionamento por fora’ para tal. De acordo com os documentos no processo, o registro de admissão e demissão já foi realizado.

A loja mantida pelo senador e por Santini é alvo de suspeitas de lavagem de dinheiro. Ao que tudo indica, a franquia da rede Kopenhagen em um shopping do Rio de Janeiro seria usada para tentar ‘limpar’ os valores do esquema de rachadinha de Flávio enquanto deputado na Assembleia Legislativa do Rio.

No esquema, o filho do presidente recolhia até 90% do salário e outros proventos de funcionários do seu gabinete, incluindo funcionários fantasmas. Ainda segundo os documentos protocolados por Flávio e seu sócio, a loja foi fechada em março deste ano no mesmo dia em que o filho do presidente comprou a mansão de 6 milhões de reais em Brasília.

Procurado, Flávio não se pronunciou, alegando ser responsabilidade de Santini, apontado como sócio-administrador, fornecer as explicações. A defesa do empresário informou que todas as verbas devidas foram contempladas no acordo assinado pelas partes e que a demissão foi motivada pelo processo de fechamento da loja.

Na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, Santini foi apontado como ‘laranja’ de Flávio na constituição da empresa. O nome do empresário teria sido usado para simular uma divisão do alto investimento na loja, feito sozinho pelo senador, que não teria como explicar a origem do dinheiro. Os valores para abertura da loja partiram da conta da esposa de Flávio, a dentista Fernanda Bolsonaro. Apenas pela franquia, o custo foi de 800 mil reais, quitado pelo político em 2014.

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