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Flávio Bolsonaro sugere que governo Trump ataque embarcações na costa do Brasil

A gestão do norte-americano tem lançado bombas contra lanchas no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico sob a alegação de que pertencem ao tráfico; os ataques geram críticas internacionais e ampliam a tensão na América Latina

Flávio Bolsonaro sugere que governo Trump ataque embarcações na costa do Brasil
Flávio Bolsonaro sugere que governo Trump ataque embarcações na costa do Brasil
O senador Flávio Bolsonaro e o presidente dos EUA Donald Trump. Fotos: Geraldo Magela/Agência Senado e ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu, nesta quarta-feira 23, que o governo de Donald Trump promova ataques contra embarcações na costa brasileira. A sugestão foi publicada pelo parlamentar em uma rede social.

A mensagem, escrita em inglês, foi direcionada por Flávio a Pete Hegseth, secretário de guerra dos Estados Unidos, que compartilhou em seu perfil um vídeo de militares lançando bombas contra uma lancha civil no Oceano Pacífico sob a alegação do que o barco pertencia ao narcotráfico. “Mais uma vez, os terroristas, agora falecidos, estavam envolvidos no narcotráfico no Oceano Pacífico”, escreveu o auxiliar de Trump na legenda das imagens.

“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, escreveu o senador brasileiro a Hegseth.

Tensão na América Latina

A ação que Flávio pediu que fosse realizada pelo governo Trump em águas brasileiras tem sido mencionada por autoridades internacionais como uma violação da soberania dos países da América Latina. A cruzada gera tensões na região, especialmente com a Colômbia e a Venezuela.

O presidente dos EUA tem alegado que as embarcações pertencem a grupos de traficantes destes dois países, mas nunca apresentou comprovações das suas acusações. Ainda que os barcos fossem ligados ao tráfico, as regras do direito internacional não permitem os bombardeios promovidos por Trump. Já foram nove explosões nas últimas semanas, resultando em 37 mortes, segundo dados da Casa Branca.

Além das explosões, Trump sugere que os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Nicolás Maduro, da Venezuela, teriam ligação com estes criminosos mortos. Os dois políticos negam enfaticamente a acusação feita por Trump e apontam uma tentativa do republicano de distorcer o tema para justificar uma intervenção e derrubada dos governos nos dois países.

Neste contexto, os países têm feito movimentos militares que ajudam a ampliar a tensão na região. Barcos norte-americanos foram posicionados próximos ao limite das águas internacionais com a Venezuela, enquanto militares são convocados para engrossar o exército liderado por Maduro. O venezuelano também disse ter misseis russos à disposição para uma resposta aos EUA.

Na Colômbia, um corte de verbas promovido pelo magnata enfraquece o exército local, enquanto Petro ameaça acionar Trump na Justiça dos EUA.

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