Política

Flávio Bolsonaro reclama de prisão de Silvinei Vasques e diz que aliado é vítima de violência política

Na publicação em apoio ao policial preso nesta quarta-feira por suspeitas de interferência nas eleições, o parlamentar ainda incita agentes da PRF a se rebelarem contra a atual gestão

O clã Bolsonaro ri ao lado de Silvinei Vasques durante o depoimento do policial à CPMI. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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Não tardou para que o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliado do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, divulgasse as primeiras reclamações contra a prisão do policial.

Vasques foi preso nesta quarta-feira 9 pela Polícia Federal por ordens do Supremo Tribunal Federal. A suspeita é de que ele tenha liderado uma tentativa de interferência nas eleições do ano passado. Para o senador, porém, apesar das evidências, o aliado seria uma vítima de violência política.

“Vasques é quem está sofrendo a real ‘violência política’. A Polícia Federal, chefiada pelo amigo íntimo de Lula, é usada para perseguição”, acusa o filho do ex-presidente.

Na publicação, o parlamentar ainda incita agentes da PRF a se rebelarem contra a atual gestão. “Atenção PRFs, não trabalhem, pois vocês podem ser presos por ‘ato antidemocrático’. Nem usem camisa do Flamengo com nº 22. O 13 tá liberado”, escreve o senador.

Apesar do que alega Flávio, não é de hoje que a suspeita de interferência na eleição por parte da PRF sob chefia de Vasques é apontada. Assim que as blitze foram postas em prática, a ação foi questionada na Justiça. Depois, balanços da operação indicavam que a ação tinha cunho político.

Segundo aponta a investigação da PF, Vasques e sua equipe teriam “direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores” no dia do segundo turno da eleição.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, explica ainda a PF sobre o caso.

Em meio a isso, Vasques foi também acusado de mentir no depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. Parlamentares, naquela ocasião, identificaram inconsistência nos dados e alegações do ex-diretor da PRF. Não por acaso, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD) pediu a abertura de um inquérito para apurar as informações levadas por Vasques aos parlamentares.

Para a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de prevaricação e violência política. Vasques e os demais envolvidos também devem responder pelos crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, entre outros do Código Eleitoral. Outros sete diretores da PRF na gestão de Vasques também foram alvos da operação. Contra eles, porém, não houve mandado de prisão e a PF cumpriu apenas determinações de busca e apreensão.

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