Política

Filiado ao PL, Bolsonaro ataca esquerda, critica STF e agradece o Centrão

Já o senador Flávio Bolsonaro, que também se filiou ao partido, foi mais incisivo e fez ataques diretos a Sergio Moro e Lula

Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro filiou-se oficialmente na manhã desta terça-feira 30 ao Partido Liberal, o PL, comandado por Valdemar Costa Neto. O evento ocorreu em Brasília e contou com a presença de parlamentares do Centrão, ministros do governo e outros políticos ligados à legenda.

No discurso, Bolsonaro repetiu ataques à esquerda, agradeceu aos colegas do bloco e voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal. Sem citar diretamente adversários, o presidente fez menções genéricas sobre as ações de governos anteriores.

“O futuro do Brasil está em nossas mãos. Tiramos o Brasil da esquerda, olhe para onde estávamos indo, para onde foram outros países como a Venezuela. Não queremos isso. Temos um bem que está na nossa frente e não podemos desprezá-lo e achar que não vai acabar nunca, um bem que devemos sempre zelar por ele, que é a liberdade”, disse.

“Alguns extrapolam aqui na região da Praça dos Três Poderes, mas essa pessoa vai ser reenquadrada, vai se enquadrando e vendo que a maioria somos nós. Nós que temos votos e devemos conduzir o destino da nossa nação”, acrescentou sem citar diretamente a qual ministro se referia.

Bolsonaro passou então a tratar de possíveis alianças para 2022, sinalizando para outros partidos do Centrão e reforçando o provável apoio a alguns candidatos, como Romário, no Rio de Janeiro, e Tarcísio de Freitas, em São Paulo.

“Agradeço a confiança que Valdemar depositou em mim, me acolhendo pra fazer parte do seu partido. Pode ter certeza que nenhum partido será esquecido por nós, não temos a virtude ser o único certo”, disse.

Flávio Bolsonaro ataca Moro e Lula

Já o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, que também se filiou ao PL durante o evento, foi mais incisivo e mirou no ex-aliado Sergio Moro (Podemos), a quem chamou de traidor, e em Lula (PT), apontado como favorito na corrida eleitoral em 2022.

“Tem um ditado na política que diz que a política pode perdoar traição, mas não perdoa o traidor. Traidor é aquele que humilha uma mulher, que expõe uma pessoa publicamente, que o convidou para ser seu padrinho de casamento. Traidor é aquele que por ação ou omissão interfere na Polícia Federal”, disse, se referindo ao ex-ministro Sergio Moro, que é padrinho de casamento da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP).

Ainda no discurso, Flávio afirmou que Moro saiu do governo por ser favorável ao desarmamento e ao aborto, contrariando bandeiras de Bolsonaro. Também alegou que a demissão do ministro foi motivada por ele não ter tomado providências para descobrir quem teria sido o suposto mandante da facada contra o ex-capitão.

Por fim, o senador ainda atacou as pesquisas eleitorais que mostram Lula com ampla vantagem sobre Bolsonaro nas intenções de voto em 2022. Segundo ele, os mesmos institutos erraram nas sondagens em 2018.

O parlamentar disse ainda que o pai estaria fazendo ‘o possível e o impossível’ para conter a inflação e que, segundo ele, vem sendo elogiado pela Organização Mundial da Saúde pela condução da pandemia, tida como desastrosa por especialistas e apontada como causadora da epidemia pela CPI da Covid.

Para encerrar o discurso, Flávio mirou então em Lula, afirmando que o PL e o Centrão irão vencer o petista nas eleições do ano que vem.

“Nós juntos vamos vencer o vírus, vamos vencer qualquer traidor e vamos vencer qualquer ladrão de nove dedos pelo bem do Brasil”, concluiu o senador.

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