Política

Extrema-direita se mobiliza contra post do MTST sobre a Páscoa para atingir Boulos

Diante da repercussão, o movimento afirmou ter faltado interpretação e usou passagem bíblica para se justificar

Reprodução/Redes sociais/Agência Senado
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Lideranças da direita e da extrema-direta utilizaram uma publicação nas redes sociais do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, na sexta-feira 29, para atacar o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), que também já foi coordenador nacional do MTST.

A postagem apresenta a imagem de Jesus Cristo crucificado, enquanto um dos soldados romanos diz: “bandido bom é bandido morto” – um slogan da direita brasileira para vender a eliminação de supostos criminosos como solução para a crise de segurança pública. O post teve mais de 1,5 milhão de visualizações.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), principal adversário de Boulos na disputa pela administração municipal, disse estar “indignado” com a postagem e afirmou que ela “é de cortar o coração”. “Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos”, escreveu no X (ex-Twitter).

Outros postulantes à prefeitura utilizaram a publicação para disparar contra o psolista. Kim Kataguiri, pré-candidato pelo União Brasil, chamou o MTST de “grupelho de invasores” e disse considerar que o coletivo “blasfema” Jesus.

Na mesma linha, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) criticou o deputado e disse que “São Paulo não pode cair nas mãos de um desequilibrado que não respeita sequer Jesus ou a fé alheia”.

Advogado de Bolsonaro, o ex-ministro Fábio Wajngarten foi além. Ao criticar a publicação do MTST, ele voltou a dizer que Boulos “apoia o terrorismo do Hamas“.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse nas redes sociais que a postagem “enterrou” a candidatura de Boulos, enquanto Carla Zambelli (PL-SP) classificou a imagem como “vilipêndio a ato ou objeto de culto religioso”, um crime previsto no artigo 208 do Código Penal.

Diante da repercussão, o MTST disse que faltou interpretação e usou a passagem bíblica de Lucas capítulo 23 para se justificar. “A falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar”, escreveu o movimento.

No relato bíblico, Pôncio Pilatos inicialmente queria libertar Jesus após interrogá-lo, mas, após pressão popular, decidiu condená-lo à crucificação. Em seu lugar, também atendendo ao povo, foi libertado Barrabás – que havia sido detido por assassinato e por estimular um motim.

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