Justiça

‘Execução grosseira’ e ‘aquecimento’: o que diz o laudo da PF sobre a tornozeleira de Bolsonaro

A tentativa de romper o equipamento, em novembro, foi um dos motivos que levaram Moraes a determinar a prisão preventiva do ex-presidente

‘Execução grosseira’ e ‘aquecimento’: o que diz o laudo da PF sobre a tornozeleira de Bolsonaro
‘Execução grosseira’ e ‘aquecimento’: o que diz o laudo da PF sobre a tornozeleira de Bolsonaro
Moraes mandou prender Bolsonaro em 22 de novembro de 2025. Foto: Sergio Lima / AFP
Apoie Siga-nos no

O laudo pericial produzido pela Polícia Federal na tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro (PL), utilizada pelo ex-presidente durante a prisão domiciliar, aponta que os danos ao material decorreram de “execução grosseira”, sugerindo que a ferramenta de solda foi empregada “sem precisão técnica”. O documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira 17.

“O aspecto físico e as análises realizadas sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados”, registra o documento.

De acordo com os peritos do Instituto Nacional de Criminalística, esse tipo de intervenção é suficiente para acionar sensores de integridade e gerar alerta no sistema oficial de monitoramento.

A tentativa de romper o equipamento, em novembro, foi um dos motivos pelos quais Moraes determinou a prisão preventiva de Bolsonaro. Em audiência de custódia, o ex-presidente afirmou que tentou abrir a tornozeleira após um episódio de “paranoia” e “alucinação” devido ao uso combinado de remédios.

Ainda segundo o documento, a tornozeleira apresentou deformações, fusão do material plástico e rompimento da capa protetora em diferentes pontos, inclusive com abertura suficiente para expor componentes internos. As regiões mais danificadas ficam na porção inferior e em uma das laterais do equipamento, o que indica aplicação reiterada de calor em pontos distintos.

O laudo destaca que os danos não foram provocados por acidente ou desgaste natural. “As características são compatíveis com o emprego de objeto sob aquecimento pontual”. As marcas analisadas indicam tentativa deliberada de violação do equipamento, embora os peritos ressaltem no documento que os testes realizados tiveram caráter comparativo e foram limitados para preservar os circuitos internos. Veja fotos:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo