Política

Evento com Tebet tem lista de argumentos para empresários defenderem o voto em Lula; confira

De ‘A Venezuela já é aqui’ a ‘Foca no Alckmin’, a agenda apresentou um roteiro para subsidiar a decisão

A senadora Simone Tebet durante evento em São Paulo em 17 de outubro. Foto: Victor Ohana
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Um jantar liderado por Simone Tebet (MDB) com empresários contou com uma espécie de roteiro, com sugestões de argumentos para subsidiar aqueles que decidirem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro ocorreu nesta segunda-feira 17, em São Paulo.

Tebet falou a uma plateia de cerca de 650 pessoas, entre elas agentes do mercado, para convencer indecisos a rejeitar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e optar por Lula no segundo turno.

Ao fim do evento, a organização incentivou os convidados que decidissem votar em Lula a manifestar a escolha em uma gravação de vídeo. As imagens devem ser enviadas à campanha do petista ainda nesta semana. Houve a disponibilização de três documentos: “Justificativas de voto no segundo turno”, “Sugestões de depoimentos” e “Sugestões de pedidos de voto”.

O documento mais extenso, com as sugestões de justificativas de voto no segundo turno, continha dez páginas, a separar dez grandes temas. No assunto “Democracia”, o documento associa a gestão Bolsonaro à situação da Venezuela.

“A Venezuela já é aqui. O aumento de militares do governo, embates regulares com outros Poderes, descrédito do processo eleitoral, armamento da população civil e tentativa de calar a imprensa. Essas medidas são do manual chavista de fazer política, e o resultado é a instauração de um governo autoritário.”

O roteiro também diz ser “mais fácil combater a corrupção do que reconstruir uma democracia” e cita o estímulo à violência política pelo atual governo.

No campo econômico, o item “Liberalismo?” diz que “não dá para chamar de liberal um governo que defende a tortura, não reduziu o protecionismo, não fez abertura comercial e não fez política de inclusão nas cadeias globais de produção”. Afirma ainda que “há hoje um liberalismo sem alma, sem democracia e sem inclusão social”.

Também no campo econômico, há uma crítica à falta de privatizações e de reformas do governo Bolsonaro, além da quebra do Teto de Gastos. Outros grandes temas dizem respeito a educação, saúde, área social, violência, corrupção, meio ambiente e saúde.

No roteiro “Sugestões de pedidos de voto”, um dos itens indica preferência a Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula.

“Contra Bolsonaro, no segundo turno, foca no Alckmin e aperta 13!”, diz o trecho. Outros dois itens citam o ex-tucano junto a Lula. Também há opções que se dirigem a eleitores de Marina Silva, a simpatizantes do economista Arminio Fraga e a quem pensa em anular o voto.

No documento “Sugestões de depoimentos”, há pregações à paz, à preservação ambiental e à articulação internacional. Também há trechos que dizem “13 pode não ser o que você queria, mas é muito melhor que mais quatro anos de Bolsonaro” e “nunca votei no PT, mas agora vou de Lula e Alckmin”.

Os textos foram formalizados na véspera do evento e elaborados por nomes como Neca Setúbal e Teresa Bracher, ligados ao Itaú, e pela empresária Marisa Moreira Salles.

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